Vaticano: Nova Exortação sobre a Santidade no Mundo atual
«Gaudete et Exsultate» é a mais recente exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o chamamento à Santidade no Mundo Atual.
Na introdução, que titula a Exortação, Francisco afirma o propósito do documento: "O meu objetivo é humilde: fazer ressoar mais uma vez a chamada à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós «para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor» (cf. Ef 1, 4)".
Num documento, dividido em com V capítulos, o Papa alerta para a tentação "da superioridade que leva a julgar o outro" considerando que tal ideia nasce de "um olhar com altivez, assumir o papel de juízes sem piedade" considerando "os outros como indignos e pretender continuamente dar lições".
A Exortação Apostólica retoma o modelo das "Bem-aventuranças" como uma espécie de "bilhete de identidade" para os católicos:
"Estas palavras de Jesus, não obstante possam até parecer poéticas, estão decididamente contracorrente ao que é habitual, àquilo que se faz na sociedade; e, embora esta mensagem de Jesus nos fascine, na realidade o mundo conduz-nos para outro estilo de vida", sustenta.
Neste sentido o Papa lembra que qualquer ideal de santidade tem de ter no seu âmago "um olhar e uma defesa da vida e o amor pelos pobres e migrantes":
"Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente", apela.
Francisco propõe o modelo cristão de felicidade como alternativa a uma sociedade "consumista e egoísta":
"Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra esta febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar”, lê-se no documento.
"O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa", sintetiza o Papa.
No V capítulo do documento Francisco aborda a questão do discernimento convidando os crentes a "distinguir o que vem do Espírito Santo do que "deriva do espírito do mundo e do espírito maligno".