Papa: «Páscoa é tempo de redescobrir a Fraternidade»

Nesta segunda-feira, dita de pascoela do do "anjo", o papa Francisco recitou a oração Regina Coeli na praça de São Pedro.

Leia na íntegra, a alocusão do Santo Padre.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A segunda-feira depois da Páscoa é chamada de "segunda-feira do Anj\", segundo uma tradição muito bonita que corresponde às fontes bíblicas sobre a ressurreição. De facto, os Evangelhos narram (cf. Mt 28, 1-10, Mc 16, 1-7, Lc 24, 1-12) que, quando as mulheres iam ao sepulcro, encontraram-no aberto. Elas temiam que não pudessem entrar porque o sepulcro havia sido fechado com uma grande pedra. Em vez disso, estava aberto; e do seu interior uma voz disse-lhes que Jesus não estava ali, tinha ressuscitado.

Pela primeira vez a vemos pronunciada a palavra: “Ressuscitou”. Os evangelistas dizem-nos que este primeiro anúncio foi dado por anjos, isto é, pelos mensageiros de Deus. Nisto encontramos um significado para a presença angelica: como na anunciação da Encarnação do Verbo esteve um anjo, Gabriel, também na primeira vez que se anuncia a ressurreição não bastava uma palavra humana. Foi preciso um ser superior para comunicar uma realidade tão chocante, tão incrível, que talvez nenhum homem se atrevesse a pronunciá-la. Após este primeiro anúncio, a comunidade dos discípulos começa a repetir: «O Senhor ressuscitou verdadeiramente. E apareceu a Simão» (Lc 24,34). Este anúncio é belíssimo. Podemos dizê-lo todos juntos hoje: “O Senhor Ressuscitou verdadeiramente”. Este primeiro anúncio - "O Senhor ressuscitou verdadeiramente" - exigiu uma inteligência superior à humana.

Hoje é um dia de festa e convívio vivido sobretudo com a família. É um dia de família. Depois de celebrar a Páscoa, sentimos a necessidade de nos reunir com os nossos entes queridos e com os amigos para a festa. Porque a fraternidade é o fruto da Páscoa de Cristo que, com a sua morte e ressurreição, derrotou o pecado que separava o homem de Deus, o homem de si mesmo, o homem dos seus irmãos. Mas sabemos que o pecado separa sempre, faz sempre inimizades. Jesus derrubou o muro da divisão entre os homens e restaurou a paz, começando a tecer a teia de uma nova fraternidade. É tão importante no nosso tempo redescobrir a fraternidade, assim como foi vivida nas primeiras comunidades cristãs. Redescobrir como dar espaço a Jesus que nunca separa, sempre une. Não pode haver uma verdadeira comunhão e um compromisso com o bem comum e a justiça social sem a fraternidade e a partilha. Sem a partilha fraterna, não se pode criar uma comunidade eclesial ou civil: existe apenas um grupo de indivíduos movidos ou agrupados pelos seus próprios interesses. Mas a fraternidade é uma graça que Jesus nos faz.

A Páscoa de Cristo fez explodir outra coisa no mundo: a novidade do diálogo e do relacionamento, algo novo que se tornou uma responsabilidade para os cristãos. De facto, Jesus disse: «Deste modo todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35). É por isto que não podemos limitarmo-nos a viver no privado, no nosso grupo, mas somos chamados a cuidar do bem comum, a cuidar dos nossos irmãos, especialmente dos mais fracos e marginalizados. Somente a fraternidade pode garantir uma paz duradoura, pode derrotar a pobreza, pode extinguir tensões e guerras, pode erradicar a corrupção e o crime. O anjo que nos diz: "Ressuscitou", nos ajude a viver a viver a fraternidade e a novidade do diálogo e do relacionamento, da preocupação com o bem comum.

Que a Virgem Maria, que invocamos com o título de Rainha do Céu neste tempo pascal, nos apoie com a sua oração, a fim de que a fraternidade e a comunhão que experimentamos nestes dias de Páscoa se convertam no nosso estilo de vida e na alma dos nossos relacionamentos.

Tradução Educris a partir do original em italiano

Educris|03.04.2018



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