Papa: «Paciência é diálogo com os próprios limites»

Na homilia desta manhã, durante a eucaristia a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano, Francisco refletiu sobre a «paciência e a resignação» na vida dos crentes considerando a paciência uma virtude «de quem está no caminho».

 

Tomando para meditação o trecho da escritura retirada do início da Epístola de São Tiago onde apóstolo afirma que a «fé, assim provada, produz a constância» (cfr: Tg 1,1-11) o Papa começou por questionar os presentes sobre o significado de ser paciente perante as provações:

“Certamente não é fácil entender. A paciência não é igual à a resignação e à derrota. A paciência é a virtude de quem está em caminho, de quem não está parado e fechado em si”, apontou.

“Quando caminhamos acontecem coisas boas e outras nem sempre boas. A paciência surge-me como a virtude em caminho. Vejamos, por exemplo, a atitude dos pais quando têm um filho doente ou deficiente, que nasce assim. Não é fácil… Mas a alegria de ter aquele filho dá-lhes a força de avançar e isso é paciência, não é resignação: isto é, é a virtude que vem quando uma pessoa está em caminho”, sustentou o Papa citado pelo Osservatore Romano.

Francisco convidou os crentes a olharem para a etimologia da palavra paciência que carrega consigo “o sentido de responsabilidade porque o paciente suporta o sofrimento” não “o renega”:

“A paciência significa ‘suportar’ e não confiar no outro para que carregue o problema, que carregue a dificuldade. A paciência é a sabedoria de saber dialogar com o limite. Existem tantos limites na vida, mas a impaciência não os quer, ignora-os porque não sabe dialogar com os limites. Há uma fantasia de omnipotência ou de preguiça, não sabemos...”.

Para o Papa a história da salvação mostra “a paciência de Deus Pai com o seu povo de «dura servis» que aqui e ali vai construindo os seus ídolos”. Esta mesma paciência “tem Deus para cada um de nós ao esperar pelo nosso tempo, ao acompanhar-nos” no caminho da vida.

No final da sua meditação Francisco recordou os cristãos perseguidos que “decidiram ser cristãos. São pacientes como o Senhor é paciente” e pediu a Deus a virtude da “paciência” para cada um.

Educris com Osservatore Romano

12.02.2018



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