Vaticano: Papa pede que se ensine «as pessoas a adorar»
Na eucaristia desta manhã no Vaticano, e perante um grupo de novos sacerdotes que com ele concelebraram, Francisco pediu o ensino da oração de «adoração em silêncio» procurando as levar as pessoas a «adorar a Deus».
"Muitas vezes penso que nós não ensinamos o nosso povo a adorar. Sim, ajudamo-lo a rezar, a cantar, a louvar a Deus mas a adorar… ensinem as pessoas a adorar em silêncio", exortou o Papa.
Para Francisco "a oração de adoração, esta que nos prostra sem nos prostrar, dá nobreza e grandeza", lembrou o Papa.
Na homilia Francisco partiu do trecho da primeira leitura, retirada do livro dos Reis e que narra a convocação do rei Salomão ao povo israelita para que suba ao templo e aí deposite a arca da aliança. convoca o povo para subir ao Templo, para fazer entrar a arca da aliança do Senhor:
"Carregava duas tábuas de pedra, nuas, assim como tinham sido dadas por Deus" e não como "barroquizadas, com tantas prescrições como haviam sido impostas pelos escribas", lembrou o Papa.
"A Aliança nua. O eu amo-te e Tu amas-me. O primeiro mandamento, amar a Deus e, o segundo, amar ao próximo. Na arca, de facto, não havia nada senão duas tábuas de pedra" recordou o Papa chamando a atenção para a cena bíblica:
"Então o povo entrou em adoração. Dos sacrifícios que faziam no caminho da subida ao silêncio, à humilhação da adoração no Templo", reforçou.
O papa, citado pelo Osservatore Romano, sustentou que a "oração de adoração é a mesma que se fará no céu:
"Mas só poderemos chegar lá com a memória de termos sido eleitos, de termos dentro do coração uma promessa que nos impele a seguir e com a aliança nas mãos e no coração. E sempre em caminho: caminho difícil, caminho de subida, mas um caminho rumo à adoração”
Diante da glória de Deus as palavras desaparecem, não se sabe o que dizer, observa Francisco.
Na liturgia de amanhã, Salomão, de fato, durante a adoração, consegue dizer somente duas palavras: “Escuta e perdoa”.
No final o Papa Francisco rezou:
"Hoje far-nos-á bem, ocupar um pouco da nossa oração em silêncio. Fazer memória do nosso caminho, memória de tantas graças recebidas, da promessa e da aliança rrumo à adoração. Rezar apenas isto: "Escuta e perdoa".