Homilia: Papa convida a "pensar a vida" a partir "da morte"

"Facto, herança e memória". As três reflexões do Papa Francisco acerca da morte.
Na sua homilia desta manhã na casa de Santa Marta no Vaticano o Papa convidou os fiéis a olharem para a vida e a morte a libertarem do jugo de pensarmos "que somos donos do tempo".
Tomando a primeira leitura que aborda a morte do Rei David, um rei "que fez crescer o seu reino e consolidou fronteiras" Francisco afirmou a morte como um "facto":
"A morte é um facto, uma herança e uma memória: Francisco propôs estas três reflexões para nos salvar da ilusão de sermos donos do tempo.
 
"Nós não somos nem eternos nem efémeros: somos homens e mulheres em caminho no tempo, tempo que começa e tempo que acaba. A morte é, por isso, um facto, uma herança e uma memória".

Citado pelo Osservatore Romano o Papa explicou que a morte apresenta-se ao ser humano como um "facto" porque "por mais que pensemos muitas coisas, ou imaginemos que somos eternos ela, tarde ou cedo chega a todos".

"Hoje existe a tentação do momento que toma conta da vida e a leva a girar no momento deste labirinto egoísta do momento sem futuro, sempre na ida e volta, ida e volta, não? E o caminho acaba na morte, todos sabemos disto. E por isso a Igreja sempre procurou refletir sobre este nosso fim. A morte".

Num segundo momento Francisco apontou a morte como uma herança:

"Eu não sou o dono do tempo. Repeti-lo ajuda-nos a salvarmo-nos daquela ilusão do momento, de tomar a vida como um cadeia de aneís que não tem sentido. Eu vou-me embora e quando partir deixo uma herança. Não a do dinheiro, das propriedades, das posses, mas a herança do testemunho. David, por exemplo, deixou a herança da conversão, de adorar Deus antes de si mesmo depois de uma vida de pecados", reforçou o Papa.

Neste ponto Francisco convidou os fiéis a colocarem-se perante a questão: "Que herança deixarei eu como testemunho de vida? É uma bela pergunta que devemos fazer. Nenhum de nós permanecerá 'como relíquia'. Todos percorreremos este caminho".

Como ultimo ponto o Papa apontou a "memória":

"Mas quando eu morrer, o que eu gostaria de ter feito hoje nesta decisão que eu tenho que tomar hoje, no modo de viver de hoje? É uma memória antecipada que ilumina o momento do hoje. Iluminar com o facto da morte as decisões que eu tenho que tomar todos os dias", apontou.

No final convidou os fiéis a lerem o capítulo dois do Livro e a fazerem a pergunta:

"Eu estou em caminho. De facto eu morrerei. Qual será a herança que deixarei e como é importante para mim a luz, a memória antecipada da morte, sobre as decisões que devo tomar hoje".

Educris com Osservatore Romano

01.02.2018

 



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