Vaticano: Papa pede "coração bom e paixão pelo Bem Comum"

Francisco recebeu ontem cerca de 300 membros da Associação Nacional de Municípios de Itália e pediu um governo municipal baseado na "solidariedade verdadeira".

O Papa iniciou o seu discurso lembrando a cidade bíblica de Babel que permanece na memória da humanidade como "símbolo de confusão e perplexidade, da presunção e da divisão, da incapacidade dos entendimentos que torna impossível qualquer trabalho comum".

Para Francisco "a imagem da cidade exprime que uma sociedade humana pode ser governada apenas quando estiver baseada numa solidariedade verdadeira. Caso contrário, é condenada à violência do caos quando aumentam as invejas, as ambições desenfreadas e o espírito de adversidade", sustentou.

Falando para responsáveis camarários Francisco pediu à elidade "um coração bom e grande" capaz de ser "custódio da paixão pelo bem comum" e que ajude "as pessoas a crescer com a dignidade de cidadãos":

"A cidade não admite individualismo exasperado, e dissocia os interesses privados daqueles públicos; não suporta os becos cegos da corrupção, onde se aninham as chagas da desagregação; não conhece muros da privatização dos espaços públicos. Para abraçar e servir esta cidade é preciso um coração bom e grande que custodia a paixão pelo bem comum. Isto ajuda a crescer nas pessoas a dignidade de cidadãos, dando a possibilidade a cada um de se realizar a si mesmo e à sua família, e abrir-se à comunhão com todos".

Para que a cidade possa crescer "no bem comum os governantes devem "promover a justiça social, o trabalho, os serviços, as oportunidades, o bem comum", pediu o Papa.

"Sem isso, emergem novas formas de pobreza, marginalização, desemprego. É preciso educar à corresponsabilidade, igualdade e fraternidade.

Uma política centrada na Ética

Consciente das dificuldades de uma política duradoura que promova o bem de todos o Papa propõs uma política e uma economia centradas na ética: "uma ética de responsabilidade, de relações, de comunidade, de ambiente; é preciso construir formas de cidadania sólidas e duradouras, de políticas de acolhimento e de integração social".

Em vésperas da visita a Bolonha, onde vai encontrar um centro de acolhimento para migrantes, Francisco recordou "chaga dos migrantes e refugiados, que encontra explicação no natural temor em relação ao estrangeiro, agravado pelas feridas da crise económica, pela pouca preparação das comunidades locais, por medidas inadequadas"

"Por isso, são bem vindas as iniciativas que promovem a cultura do encontro e intercâmbios artísticos e culturais", pediu o Papa.

Aos governantes e membros das elidades italianas o Papa pediu:

"A política só pode cumprir a sua tarefa fundamental, que consiste em olhar o futuro com esperança, se olhar os jovens não apenas como destinatários de nobres projetos, mas protagonistas".

Educris com Vaticano

30.09.2017



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