Na manhã desta sexta-feira o Papa Francisco refletiu sobre a imagem de Maria junto à Cruz de seu filho no dia em que a Igreja evoca a mãe de Jesus sob o titulo de Nossa Senhora das Dores.
Na sua homilia o Papa argentino começou por convidar os presentes a “contemplar Maria sob a cruz de Jesus como um ícone”:
“Não precisamos de muitas palavras para reconhecer a essência do testemunho de uma mulher que é mãe de todos nós”.
Francisco afirmou que “esta passagem do Evangelho [ndr: Jo 19, 25-27] é mais do que contemplar isso para refletir”: “Contemplar a mãe de Jesus, contemplar este sinal de contradição, porque Jesus é o vencedor mas na cruz”.
Para o Papa esta imagem é uma “contradição, que não se pode entender” com a razão humana sendo necessária “a fé para o entender ou, pelo menos, tornar-se próximo deste mistério”.
“A mãe de Jesus sabia-o porque durante toda a sua vida foi vivida com a alma trespassada, pelo que lhe havia tido Simeão”, reforçou Francisco.
Assim “seguiu Jesus escutando as palavras das gentes que afirmavam que o seu filho «era grande», ou que «isto não vem de Deus», ou, ainda, que «este não, este não é um verdadeiro crente!». Maria ouviu tudo. Todas as palavras a favor e contra Jesus.
No final, ficava ali, em silêncio, sob a Cruz olhando o Filho. Talvez, ouvia comentários do tipo: “Olha, aquela é a Mãe de um dos três delinquentes”. Mas Ela “mostrou o rosto pelo Filho”:
“Aquilo que digo agora são pequenas palavras para ajudar a contemplar, em silêncio, este mistério. Naquele momento, Ela deu à luz a todos nós: deu à luz a Igreja. 'Mulher’ – diz-lhe o Filho – ‘eis os teus filhos’. Não diz ‘mãe’: diz ‘mulher’. Mulher forte, corajosa; mulher que estava ali para dizer: ‘Este é meu Filho: não O renego’”.
No final da sua homilia convidou os fieis a “permanecer, em silêncio, a contemplar: que seja o Espírito Santo a dizer, a cada um de nós, aquilo de que nós precisamos".