Angelus: «A humildade deixa espaço para Deus»

Na solenidade da Assunção da Virgem Maria o Papa Francisco recitou a oração mariana do Angelus na praça de São Pedro, no Vaticano, e pediu aos crentes para olharem para o exemplo humilde de Maria porque só na humildade se cria "espaço para Deus".

Leia, na íntegra, a preleção do Papa Francisco.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, Solenidade da Santíssima Virgem Maria, o Evangelho apresenta-nos a jovem de Nazaré, que, recebido o anúncio do Anjo, parte apressada para se fazer próxima de Isabel, nos últimos meses da sua prodigiosa gravidez. Chegando junto dela, Maria escuta da sua boca as palavras que vieram a formar a oração do "Avé Maria", \'Bendita és ele entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre\' (Lc 1,42). Na verdade, o maior presente que Maria traz a Isabel - e ao mundo inteiro - é Jesus, que já vive nela; e ele vive não só pela a fé e pela espera, como tantas mulheres do Antigo Testamento: Na Virgem Jesus assumiu a carne humana, para a sua missão de salvação.

Na casa de Isabel e do seu marido Zacarias, onde primeiramente reinava a tristeza pela falta de filhos, existe agora uma grande alegria por uma criança que chega: um pequeno rapaz que se tornará no grande João Baptista, percursor do Messias. E quando chega Maria, a alegria transbordante irrompe dos corações, porque a presença invisível, mas real de Jesus enche todo o caminho: a vida, a família, a salvação das pessoas ... Tudo! Esta alegria plena é expressa com a voz de Maria na bela oração que do Evangelho de Lucas foi transmitida a nós e que, a partir da primeira palavra em latim, é chamado Magnificat. É uma canção de louvor a Deus, que faz grandes coisas através da humilde, desconhecida para o mundo, como a própria Maria, como seu marido José, e, como é também o lugar onde vivem, Nazaré. As grandes coisas que Deus fez com o povo humilde, as grandes coisas que Deus faz no mundo com os humildes, porque a humildade é como um vácuo que deixa espaço para Deus. O humilde é poderoso porque é humilde: Não porque é forte. E esta é a grandeza humilde e humildade. Peço-lhes - e também para mim - mas não respondamos em voz alta: Cada um responda no coração: "Como está minha humildade?".

O Magnificat canta o Deus misericordioso e fiel que cumpre o seu plano de salvação com os pequenos e os pobres, com aqueles que têm fé nele, que confiam a Sua Palavra, como Maria. Aqui ecoa a exclamação de Isabel: "Bendita és tu que acreditaste" (Lc 1,45). Naquela casa, a vinda de Jesus por Maria não só criou uma atmosfera de alegria e companheirismo, mas também uma atmosfera de fé que leva à esperança, para orar, louvar.

Tudo isto gostaríamos que acontecesse hoje nas nossas casas. Celebrando a Santa Maria da Assunção, gostaríamos que Ela, uma vez mais, nos trouxesse, para as nossas famílias, as nossas comunidades, este dom imenso, a única graça que devemos pedir sempre antes e acima das outras graças: a graça que é Jesus Cristo!

Trazendo Jesus, Maria também nos traz uma nova alegria, cheia de significado; traz-nos uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis; transporta consigo a capacidade da misericórdia, a fim de perdoar, de compreender, de se sustento para si e para os outros.

Maria é um modelo de virtude e fé. Quando hoje a contemplamos assunta ao Céu, na conclusão final do seu itinerário terreno, agradecermos-lhe porque sempre nos precede na peregrinação da vida e da fé - é a primeira discípula. E pedimos-lhe para cuidar de nós e nos apoiar; que possamos ter uma fé forte, alegre e misericordiosa; que nos ajude a ser santos, para nos encontrarmos com ela, um dia, no paraíso.

Educris 15.08.2017

Tradução a partir do original italiano



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