Papa Francisco: "Quereis mudar o Mundo?"

O Papa Francisco recebeu ontem, no Vaticano, cerca de seis mil alunos do grupo «Cavalieri» e «Graal» que acompanha e promove a vida cristã em ambiente escolar. 

Na sala Paulo VI, e de improviso perante as questões deixadas por três alunos, Francisco questionou os mais novos: "Quereis mudar o Mundo?". Perante a resposta afirmativa o Papa explicou como se muda esta terra:

"O mundo muda abrindo o coração, ouvindo os outros, recebendo os outros, partilhando, e vocês podem fazer o mesmo. Mudar o mundo com as pequenas coisas de todos os dias, com a generosidade, com a partilha, criando estas atitudes de irmandade", disse em resposta à pergunta de Giulia sobre como mudar o mundo.

Para o Papa é fundamental "não responder ao mal com o mal" e tomar consciência de que ninguém possui a "varinha mágica" para mudá-lo. Francisco pediu aos mais novos que repitam o que Jesus pediu quando "não gostamos de algum amigo":

"Jesus pede-nos que rezemos por todos, inclusive pelos nossos inimigos. Desse modo, rezando por todos pode-se mudar o mundo".

Tanio, um pequeno jovem búlgaro adotado, contou ao Papa Francisco a sua história de sofrimento questionado como se pode acreditar em Jesus diante da dor que atinge as crianças.

O Papa disse que não é possível encontrar explicações racionais para o sofrimento de uma criança. E afirmou:

"Digo-te sinceramente, e sei que o entenderás bem. Quando  na oração faço a pergunta ‘por que as crianças sofrem?’, habitualmente faço esta pergunta quando vou aos hospitais das crianças e depois saio – e digo-te a verdade – com o coração, não diria destruído, mas muito compadecido, o Senhor não me responde. Apenas olho para o Crucifixo. Se Deus permitiu que o Seu Filho sofresse assim por nós, deve haver algo ali que tenha um sentido. Mas, querido Tanio, não posso explicar-lhe o sentido. Tu o encontrarás: mais adiante na vida ou na outra vida. Mas explicações, como se explica um teorema matemático ou uma questão histórica, não te posso dar nem eu nem ninguém", apontou.

Marta, partilhou com o Papa o seu receio em progredir para o ensino secundário. Francisco observou que a vida é "um contínuo bom-dia e até a próxima":

"Não pode acomodar-se ao sofá por ter medo de mudar, correndo o risco de fechar o horizonte da vida. Por isso, a exortação a vencer o medo de crescer e mudar. A aceitar o desafio de alargar o horizonte, de fazer o caminho com novas pessoas".

Educris|03.06.2017