Papa Francisco: "Converter-se é passar a anunciar alegremente Jesus"

"O espírito mau prefere uma Igreja morna, sem risco", e por isso "muitas pessoas consagradas foram perseguidas por terem denunciado atitudes de mundanidade", referiu esta manhã o Papa Francisco.

Na sua homilia matinal em Santa Marta, no Vaticano, Francisco começou por comentar o epísodio do capítulo 16 do livro dos Atos dos Apóstolos que coloca no centro da ação Paulo e Silas e o elogio de uma escrava que advinhava.

"Paulo, sabendo que esta mulher estava possuída por um espírito maligno, expulsou-o. Paulo percebeu que aquele não era o caminho da conversão daquela cidade, porque tudo permanecia tranquilo" não obstante este mesmo espírito os considerar "servos de Deus".

"Perante o reduzido número de conversões Paulo toma esta atitude", a mesma - continuou o Papa - que se "repete na história da salvação. Sempre que o Povo de Deus cai na mundanidade", Deus envia "profetas" que são perseguidos "porque incomodam, não permitem que as pessoas vivam no torpor, próprio de uma Igreja morna".

Francisco convidou os presentes a refletir se esta perseguição não continua hoje na Igreja:

"Quando alguém denuncia tantos modos de mundanidade é encarado com um olhar de lado". A este propósito o Papa recordou a sua própria terra natal onde "tantos, tantos homens e mulheres, consagrados bons, não ideólogos" denunciavam "uma Igreja morna" e eram "expulsos sob o pretexto de serem comunistas":

"Pensemos no beato Romero e no que lhe aconteceu por dizer a verdade. A história da Igreja, mesmo aqui na europa, está cheia de exemplos destes".

O Papa apontou "o espírito maligno" como o causador "destas perseguições e incompreensões" pois o "espírito maligno prefere uma Igreja tranquila sem riscos, uma Igreja dos negócios, uma Igreja cómoda, na comodidade do torpor, morna".

Francisco convidou a igreja a percorrer "um caminho de conversão que passa de um estado de vida mundano, tranquilo, sem riscos, católico, sim, sim, mas assim, morno, a um estado de vida de verdadeiro anúncio de Jesus Cristo, à alegria do anúncio de Cristo. Passar de uma religiosidade que olha demasiado para os lucros para uma religiosidade de fé e de proclamação: ‘Jesus é o Senhor’".

Este percurso é "milagre que o Espírito Santo faz".

No final o Papa convidou os crentes a lerem "o capítulo 16 dos Atos para ver como o Senhor com os seus mártires leva a Igreja para diante": 

"Uma Igreja sem mártires não dá nenhuma confiança; uma Igreja que não se arrisca provoca desconfiança; uma Igreja que tem medo de anunciar Jesus Cristo e afugentar os demónios, os ídolos, o outro senhor, que é o dinheiro, não é a Igreja de Jesus".

"Que o Senhor nos conceda isto: Uma Igreja jovem. Uma renovada juventude, uma conversão do modo de viver morno ao anúncio alegre que Jesus é o Senhor".

Educris com www.osservatoreromano.va



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