Papa Francisco: “Uma mãe”, uma Igreja “pobre e missionária”, uma “esperança na humanidade”

Na eucaristia a que presidiu esta manhã no santuário de Fátima o Papa Francisco afirmou aos fiéis que “temos uma mãe”, lembrou a importância de uma “igreja pobre de meios e rica de amor” e convidou os fiéis a “uma mobilização geral contra a indiferença” apontando “o céu” como o “o princípio” dessa mobilização.

Tomando para meditação a passagem do livro do Apocalipse que narra a aparição “no céu uma mulher revestida de sol” e relacionando-a com o evangelho em que Jesus entrega a João a sua própria mãe:

“Temos mãe. Uma senhora tão bonita, comentaram entre si os viventes de Fátima a caminho de casa. À noite a Jacinta não se conteve e disse o segredo à sua mãe: hoje vi a Nossa Senhora. Tinham visto a mãe do céu”, afirmou.

Francisco fez questão de reafirmar que pelas visões dos pastorinhos muitos acreditaram e afirmou Fátima como “um manto de luz que nos cobre”:

“Pelo que viram os seus olhos se alargaram os olhos de muitos outros que não a viram. A virgem mãe não veio aqui para que a víssemos para isso teremos a eternidade inteira se formos para o céu. Ela, antevendo e advertindo-nos para o risco do inferno onde a vida é proposta e imposta sem Deus, veio lembrar-nos da luz de Deus que nos habita e nos cobre”.

“Fátima é sobretudo este manto de luz que nos cobre. Aqui, como em qualquer outro lugar da terra, quando nos refugiamos ao pé da mãe e lhe pedimos: mostrai-nos Jesus”.

A certeza da mãe e a esperança que assenta em Jesus, encarnado

Francisco voltou a afirmar com toda a clareza: “Temos Mãe! Temos Mãe!” e apelou a viver “agarrados a ela como filhos vivamos da esperança que assenta em Jesus”:

“Quando Jesus subiu ao céu levou para o Pai a nossa humanidade. Como uma âncora fundemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos céus junto do Pai. Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós. Uma esperança que nos sustenta até ao último suspiro”.

Para o Papa “a força dos pastorinhos vinha da presença divina que se tornou constante nas suas vidas como se comprova no desejo de estar junto de Jesus escondido e pela vontade de salvar os pecadores”.

Jesus encarnado: Uma mobilização contra a indiferença

Francisco agradeceu a oração que muitos fazem em favor da paz e reforçou a necessidade de estar ao serviço dos mais pobres:

“Obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerai a virgem mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas sob o seu manto não se perdem. Dos seus braços virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos de modo especial os que tem alguma deficiência, os presos e abandonados, os desempegados e os pobres.”

“Rezamos a Deus a com a esperança que nos escutem os homens e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus.”

Criados como uma esperança para os outros, mobilizados pelo céu

O Papa afirmou que o ser humano, foi criado “como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável de acordo com o estado de vida de cada um”. Para Francisco “ao pedir e exigir o cumprimento do nosso dever com esse estado o céu desencadeia aqui uma verdadeira uma mobilização geral contra a indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada. A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida: «Se o grão de trigo lançado à terra não morrer fica ele só, mas se morrer dá muito fruto».”

“Quando passamos através de alguma cruz Ele já passou antes. Não subimos à cruz para encontrar Jesus mas foi ele que se humilhou e desceu até à cruz para nos encontrar a nós e em nos vencer as trevas do mal e trazer-nos para a luz.”

No final o Papa rezou:

“Sob a proteção de Maria sejamos no mundo sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador. Aquele que brilha na páscoa. E descobrir o rosto jovem e belo da Igreja que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica de amor!”



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