Papa Francisco: A Igreja é um «povo em caminho»

Na véspera da visita a Portugal por ocasião do Centenário das Aparições o Papa Francisco celebrou a eucaristia matinal, como habitualmente, na casa de Santa Marta, no Vaticano. Na sua homilia o Papa afirmou que a Igreja é "um povo em caminho" pois só deste modo "pode aprofundar a fé".

Tomando, como ponto central da sua meditação, um trecho do livro Atos dos Apóstolos em que Paulo sinteriza o percurso da salvação desde a saída do povo Israelita do Egito até Jesus o Papa convidou os presentes a percecionar Deus nesta viagem:

"O Senhor guia o seu povo, com momentos bons e momentos menos bons, com liberdade e escravidão; mas guia o povo rumo à plenitude. Uma plenitude que encontra o seu fim em Jesus".

Para o Papa a história da salvação não termina aí porque "Jesus deixou o seu Espírito" e esse "faz-nos recordar e entender a mensagem de Jesus. Aqui começa um autêntico segundo caminho", reforçou.

Francisco fez questão de lembrar que o caminho da Igreja realiza-se "com santos e pecadores", ou seja, "entre a graça e o pecado". Para explicar a ação do Espírito na Igreja o Papa convidou os crentes a olharem como no passado "existiam coisas que eram consideradas normais, do ponto de vista moral e que hoje são pecado mortal":

"Vejamos, por exemplo a escravatura e o modo como no passado a pena de morte era aceite. Hoje isso não acontece e afirmamos que é pecado mortal praticar uma ou outra".

Esta aparente alteração da "lei e dos mandamentos" é, na meditação do Papa, "ação do Espírito Santo" pois o "povo de Deus está em caminho" e isso "implica avançar" e não "permanecer parado como um burro preso num estábulo".

"A grande obra da misericórdia de Deus consiste em enviar-nos o Espírito Santo que nos impulsiona a avançar", pessoalmente e como povo, "rumo à plenitude dos tempos".

Na parte final da sua homilia o Papa apontou o modo como o crente pode saber que está "a caminho do Senhor":

"A confissão é um modo de rumar à plenitude dos tempos, mas não é automático. Exige o reconhecimento dos meus pecados e a tomada de consciência de que dei um passo, que estou de volta ao caminho com um povo que caminha para o Senhor".

No final o Papa deixou algumas questões para meditação pessoal:

"Quando me confesso, penso nestas coisas? Que estou em caminho? Que é um passo rumo ao encontro com o Senhor, rumo à minha plenitude dos tempos? E esta é a grande obra de misericórdia de Deus", concluiu.

 

Educris com Rário Vaticano

 



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