Nota Pastoral: descobrir a solidez da fé: urgência e missão

1. O Santo Padre Bento XVI tem-nos lembrado constantemente a “necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (Porta da Fé, 2). Hoje, tal como sucedeu no início do Evangelho com André e seu irmão Simão (cf. Jo 1,41.42), a fé cristã começa por um encontro: alguém que encontrou Jesus, falou-nos dele e levou-nos a conhecê-Lo. É daqui que pode nascer uma verdadeira relação de amizade.

2. Como a maioria das realidades essenciais da nossa vida, a fé encontra-se para além dos conhecimentos que são resultado das ciências naturais. Mas isso não significa que a fé seja algo de incerto e sem outras razões que as do sentimento. Pelo contrário: à medida que aprofundamos a nossa amizade com Jesus, percebemos que Ele nos convida a escutar e acolher mais profundamente a Palavra de Deus, a partilhar os dinamismos da comunidade cristã e a crescer no amor do próximo.

Deste modo, as nossas certezas vão ganhando cada vez mais alicerces na presença do Senhor que vem até nós na Igreja que é o Seu Corpo. Em cada dia que passa, o encontro com Jesus convida-nos à conversão e ao testemunho, por palavras e por atitudes de vida, de modo que também outros O possam conhecer. Para isso, é essencial que sejamos capazes de comunicar aquilo que vivemos. E tal como a nossa amizade com Jesus é participação na fé da Igreja e, por ela, da relação que Jesus tem com o Pai, assim também nas afirmações doutrinais, longe de sermos nós os seus autores, fazemos nossa, com a razão e o coração, a expressão doutrinal da fé da Igreja. Deste modo, podemos dar testemunho de Jesus, partilhar a fé com os outros que, tal como nós, também O encontraram, e sermos convidados a conhecê-Lo cada vez melhor na Igreja por Ele fundada. Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, dá permanentemente testemunho ao nosso coração sobre a verdade da fé, sem nos distrair da realidade. Pelo contrário: Ele ajuda-nos a ver com os olhos de Jesus quem somos e o mundo que nos rodeia. É ainda o Espírito Santo quem cimenta a nossa comunhão com todos os que, ao longo dos séculos passados, acreditaram como nós e nos legaram o testemunho da fé. Em particular, Ele permite-nos viver unidos aos santos, que foram e são os grandes exemplos de humanidade e de vida cristã.

3. Podemos, pois, dizer que a fé cristã, dinamismo do encontro de Jesus com o ser humano, tem lugar no seio da comunhão dos que vivem a fé dos Apóstolos tal como nos é transmitida pela Igreja, comunidade dos crentes. A fé é o encontro com Jesus, vivido em Igreja, que dá um renovado sentido à nossa vida e nos abre novos horizontes de existência, que não podemos calar. Todos têm o direito de conhecer o verdadeiro rosto de Jesus; e nós, cristãos, temos o dever de O mostrar, sem medo, por meio de palavras e de obras.

De 29 de setembro a 7 de outubro próximo vai ter lugar a Semana Nacional da Educação Cristã, e no próximo dia 11 de outubro acompanharemos o Santo Padre na abertura do Ano da Fé. Ao longo de todos estes dias somos convidados – particularmente os pais, educadores, catequistas, docentes de EMRC, sacerdotes e comunidades cristãs – a tomar consciência de que “educar na fé” consiste, primeiramente, em ajudar a encontrar e conhecer Jesus, a viver da certeza desse encontro e, integrados na comunidade dos crentes, a sermos Suas testemunhas, animados pelo amor que Ele é.

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

15 de agosto de 2012



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