A Paz em más companhias

«… Por muito triunfante que saia um exército, a humanidade sai sempre derrotada de qualquer guerra. Por isso continuam a ter razão os milhões de protestos e gritos contra esta aberração do terceiro milénio, que, além do mais, não soube explicar o que pretende nem o que conseguirá. Os argumentos bélicos tornam-se mais frágeis de dia para dia e já se percebe que a opinião pública mundial não levanta mais alto o seu protesto apenas por respeito comovido aos seus jovens que andam pelo deserto “a morrer pela pátria e a viver sem razões”. Calaram-se, também dentro da Igreja, muitas vozes, para não se confundirem com partidos

ou correntes ideológicas duvidosos que se apoderaram dos cartazes e slogans anti-guerra. É preferível, todavia, proclamar ideais de paz em más companhias, que defender a morte e a violência em harmonia com os poderosos. Nesse aspecto João Paulo II andou desta vez “mal acompanhado” na sua inconformidade perante a guerra. Mas a sua voz foi eco de muitos milhões de pessoas que trazem no coração o desejo transparente da paz e da justiça.»

Padre Rego


Artigos Relacionados: