Vaticano: «A Sede de Jesus», centro da 5ª pregação

Padre José Tolentino Mendonça lembra a importância da “redescoberta do Espírito Santo porque sem Ele a Igreja é apenas memória”.

Na quinta meditação que levou ao Papa Francisco e à Cúria Romana reunida na Casa Divino Mestre para um tempo de exercícios espirituais o padre português sublinhou a importância da «sede de Jesus» para a vida do crente:

“A sede de Jesus é a sede de dar água viva, a sede de conceder à Igreja o dom da água viva”.

Tomando para meditação o trecho evangélico em que Jesus, na antecâmera da morte, afiram «tenho sede», o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa afirmou que por trás da sede física de Jesus está uma outra sede:

“A sede é o selo do cumprimento de sua obra e, ao mesmo tempo, do forte desejo de doar o Espírito, verdadeira água viva capaz de saciar radicalmente a sede do coração humano”, afirmou citado pelo portal de informação do Vaticano.

“A Sede de Jesus” deve levar o crente a percecionar a vida na centralidade “do mistério de Jesus” em detrimento da autorreferência:

“ Ter sede, é ter sede Dele. Somos chamados a viver de uma centralidade cristológica. Sair de nós mesmos para buscar em Cristo aquela água que sacia a nossa sede, vencendo a tentação da autorreferencialidade que nos deixa doentes e tiraniza”.

Para o padre Tolentino Mendonça “A sede de Jesus é a sede de dar água viva, a sede de conceder à Igreja o dom da água viva. Para os fiéis, a sede de água viva é a sede de aprofundamento da fé, sede de penetrar no mistério de Jesus, sede do Espírito. Para Jesus, a sede é o desejo de comunicar todos esses dons”.

Uma sede que revela o Humano

A sede “espiritual” revela ao Humano “o desejo de ser salvo, mesmo que seja um desejo oculto ou enterrado debaixo dos detritos existenciais, e que, através de Jesus ilumina e responde à sede de Deus à falta de sentido e verdade”:

“O «tenho Sede» de Jesus envolve a Igreja de todos os tempos, em particular a nossa. Lembremos o episódio de Madre Teresa de Calcutá, que em 10 de setembro de 1946, encontrou a sede de Jesus que a chamava a dar a vida a serviço da sede dos pobres e rejeitados, dos últimos dos últimos. O coração e a alma das Missionárias da Caridade é somente este: a sede do coração de Jesus escondido no pobre,” sustentou.

Para a comunidade crente percecionar a “sede de Jesus” necessita de escutar “o Espírito Santo” como “dinamismo do Ressuscitado em nós”:

“O Espírito é a continuação desta história, uma continuação que não é repetida, não é sempre a mesma. É a fantasia do Espírito, a sua criatividade que difunde em nós dons diferentes, carismas diferentes, competências complementares a fim de construirmos o Reino de Deus onde quer que estejamos”.

O padre e poeta português convidou a redescobrir o Espírito como a “força motriz da vida da Igreja e da vida de todo cristão”:

“Por isso, precisamos do Espírito Santo e devemos redescobrir a fé no seu poder. Muitas vezes o Espírito Santo permanece completamente esquecido. Devemos redescobrir o Espírito Santo, porque sem Ele a Igreja é somente memória, o que fazemos é somente uma recordação do que foi. É o Espírito que diz: o cristianismo é também presente e futuro”, sintetizou.

 Educris|21.02.2018

Imagem: vatican.va



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades