Itália: Papa pede coragem "para o desafio" do tempo presente

Numa visita de oito horas a Milão, Itália, o Papa Francisco encontrou-se com habitantes de um bairro pobre, esteve numa prisão, recitou o Angelus, promoveu um encontro com centenas de sacerdotes e membros da vida congrada e terminou o dia no estádio da cidade onde rezou com mais de 78 mil pessoas entre as quais muitos crismandos.

Na manhã de hoje o Papa argentino encontrou-se na Catedral de Milão com centenas de sacerdotes e membros da vida consagrada e respondeu a três questões apresentada por um padre, um diácono permanente e uma irmã consagrada.

Perante o questionamento do padre que o interpelou sobre o modo de evangelizar e agir numa sociedade "sociedade multiétnica, multirreligiosa e multicultural" em estado avançado de "secularização" o Papa Francisco lembrou que "em todas as épocas históricas, desde o início do cristianismo, foram submetidas a numerosos desafios, tanto na comunidade eclesial como na social". O Pontífice considerou que "não devemos temer os desafios" e considerou que os mesmos "são bons porque sinais de uma fé e de uma comunidades vivas que buscam o Senhor".

Papa Francisco o medo da Igreja deve residir "quando uma fé não representa um desafio. Quando isto acontece a fé corre o risco de se transformar numa ideologia", sustentou.

Sobre a multiculturalidade que desponta em Milão e em todo o mundo o Papa convidou os presentes aa olharem com atenção para a própria constituição da Igreja:

"A Igreja é 'una' nos seus aspectos multiformes. O Evangelho é 'uno'. Não devemos confundir unidade com deformidade; é preciso, com a graça do Espírito Santo, fazer discernimento de tudo aquilo que nos conduz à ressurreição e à vida, não a uma cultura de morte".

Uma Igreja "humildade, feliz e de serviço"

Perante a pergunta do diácono permanente  que o questionou sobre o papel do diaconado na Igreja Francisco afirmou que o "diácono deve ser sinal de uma Igreja humilde, feliz e em constante serviço" àqueles que mais precisam. Para o Papa "o diácono tem muito para dar e não deve ser encarado como um 'meio padre meio leigo' mas deve discernir o seu papel de modo a ser um defensor do serviço no âmbito da Igreja: servir ao Altar, servir à Palavra, servir aos Pobres".

Sem sinais de "resignação" mas colocar "Cristo no centro" e anunciar "com alegria porque Cristo é alegria"

Na resposta ao questionamento da irmã consagrada que lhe perguntou como ser "sinal de profecia, testemunha de uma vida pobre, obediente e fraterna" Francisco reconheceu os "inúmeros desafios" que hoje são colocados à missão da Igreja Católica e afirmou que ser "minoria" não deve fazer "com que nos resignemos por causa da velhice ou da nosa fragilidade":

"A maioria dos nossos padres e madres fundadores jamais pensaram em ser uma multidão ou uma grande maioria. Os nossos fundadores foram movidos, pela ação do Espírito Santo e em certo momento da história, para ser presença alegre do Evangelho entre os irmãos; renovar e edificar a Igreja como fermento na massa e como sal e luz do mundo".

Francisco convidou os religiosos e as religiosas a serem sinal da alegria "sobretudo nas periferias, onde as pessoas são excluídas, abandonadas, pobres" e"colocar Cristo no centro de tudo" porque "a evangelização nem sempre é sinónimo de pescar peixes, mas é fazer-se ao largo, ser testemunhas de Jesus Cristo. É o Senhor que pesca peixes como, quando e onde não sabemos", sustentou.

 



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