A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) denucnia situação que dura desde o passado dia 23 de dezembro na cidade Síria de Damasco e atinge cerca de cinco milhões de pessoas. Em causa está o corte no fornecimento de água potável promovido pelo Departamento de Água da cidade sob a alegação de que "existia uma contaminação da água com diesel provocada pelos rebeldes que combatem o regime Sirio".
Diversos grupos armados considerados “rebeldes” ameaçaram suspender a sua participação nas negociações de paz agendadas para o fim do corrente mês, em Astana, no Cazaquistão, acusando as autoridades sírias de constantes violações do acordo de cessar-fogo negociado com o apoio dos russos e turcos.
Sinal da situação extremamente tensa que se vive no país e da fragilidade do acordo de cessar-fogo, registou-se este fim-de-semana mais um atentado, desta vez na cidade de Azaz, no norte da Síria, região dominada pelas forças rebeldes.
Este atentado, causado pela explosão de um carro armadilhado, ocorreu nas imediações de um tribunal, muito próximo da fronteira com a Turquia, terá causado cerca de 70 mortos e muitas dezenas de feridos
O acordo de cessar-fogo, que engloba todo o território sírio, entrou em vigor no passado dia 30 de Novembro, mas as tréguas excluem as duas principais forças jihadistas: a Frente al-Nusra, agora conhecida como Jabhat Fateh al-Sham, e o auto-denominado “Estado Islâmico”.
De facto, a situação permanece altamente instável em algumas zonas do país, nomeadamente na região de Damasco, em que têm prosseguido combates entre forças governamentais e grupos rebeldes essencialmente por causa do controlo estratégico do abastecimento de água à capital.
No centro das atenções está, essencialmente, a área de Wadi Barada, a noroeste de Damasco, que fornece quase dois terços da água potável dacapital síria. Na verdade, o controlo desta região – que se encontra nas mãos de grupos rebeldes – significa o domínio sobre a vida dos milhões de pessoas.
Ainda há dias, os depósitos de água foram contaminados, criando sérios problemas para o abastecimento das populações. Segundo as Nações Unidas, mais de 5,5 milhões de pessoas têm estado “parcialmente ou completamente isoladas” do abastecimento de água.
Agora, com a “guerra da água”, as populações locais receiam que os combates prossigam, e que a região, nomeadamente o bairro de al-Qassa’a, volte a estar na mira das armas.
Educris com AIS
Imagem: CBC