"Fizemos o percurso das 14 obras de misericórdia, mas a misericórdia continua e devemos exercitá-la nestes 14 modos", afirmou hoje o Papa Francisco no encerramento das audiências subordinadas ao tema das obras de misericórdia. Francisco fez votos para que estas obras possam ser "o estilo cristão" de atuar no mundo.
Na sua catequese de hoje o santo padre focou a sua atenção em duas obras de misericórdia. Uma espiritual e outra corporal: "rezar pelos vivos e pelos defuntos" e "enterrar os mortos".
Francisco afirmou que "para os cristãos, a sepultura é um ato de piedade, mas também de fé e esperança na ressurreição dos mortos". Daí procede a obra de misericórdia que nos convoca à oração para rezar pelos defuntos, porque "reconhecemos o bem que estas pessoas nos fizeram em vida e, depois, para encomendá-las à misericórdia de Deus".
Para o Papa estas duas obras de misericórdia são "uma manifestação de fé na comunhão dos Santos, que nos ensina que os batizados, encontrando-se unidos em Cristo e sob a ação do Espírito Santo, podem interceder uns pelos outros".
Francisco lembrou que existem "muitos modos" de rezar pelo próximo, como as mães e os pais que abençoam os filhos antes de sair de casa, a oração pelas pessoas doentes ou a "intercessão silenciosa". Um hábito "presente em muitas famílias", apontou.
Em seguida o Papa recordou um opisódio ocorrido ontem e no qual um jovem empresário, que participou na Missa matinal na capela da Casa Santa Marta, se encontrava a chorar compulsivamente. O Papa abeirou-se dele e o empresário explicou-lhe que deveria fechar a fábrica devido à crise, mas caso isso acontecesse, 50 famílias ficariam sem trabalho.
"Eis um bom cristão", sustentou o pontífice, elogiando a decisão de não declarar falência e ficar com o dinheiro:
"Este é um homem que sabe rezar, com o coração, com os factos, sabe rezar pelo próximo numa situação difícil. E não busca a solução mais fácil. Fez-me tão bem ouvi-lo e espero que existam tantas pessoas assim hoje, pois muitos sofrem com a falta de trabalho”.
Na parte final da sua catequese Francisco convidou os cerca de 7 mil peregrinos presentes na Sala Paulo VI a "rezar uns pelos outros" pois "devemos pedir sempre que se faça a vontade de Deus, porque a sua vontade é certamente o bem maior, o bem de um Pai que jamais nos abandona"
No final o Papa saudou os membros da Federação dos Institutos de Atividades Educativas, na Itália e convidou-os a "continuar no caminho de apoio às escolas católicas, para que seja sempre salvaguardada a liberdade de escolha educativa dos pais para os seus filhos".