Angelus: "Pescar homens e mulheres" é a lógica da Igreja

Na manhã deste V Domingo do tempo Comum o papa Francisco rezou, como habitualmente, a oração do angelus na praça de São pedro, no Vaticano. na ocasião o Papa refletiu sobre o evangelho do dia que fala da vocação "dos primeiros discipulos". O Papa recordou a "admiração e espanto de Pedro" e a lógica "de Jesus de ir buscar a todos para os desvolver à dignidade".

 

Ao comentar o Evangelho o Papa sublinhou que o episódio se passa "num contexto de vida quotidiana: na margem do lago da Galilea estavam alguns pescadores, que após uma noite de pesca sem resultado, estavam a lavar e a arrumar as redes. Eis então que Jesus sobe  na barca de um deles, Simão Pedro, pede-lhe que se afaste um pouco da terra e depois sentou-Se e do barco inicia a sua pregação. Quando terminou de falar disse então a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Simão, disse Francisco, tinha já conhecido Jesus e sobretudo tinha experimentado a potência prodigiosa da sua palavra e por isso respondeu a Jesus dizendo: «Mestre, andamos na faina toda a noite e não apanhamos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Esta fé de Simão, sublinhou o Papa, não foi desiludida, mas sim premiada. De facto, apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se".

Perante este acontecimento - observou Francisco - "os pescadores encheream-se de admiração. Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Aquele sinal prodigioso o tinha convencido que Jesus não é só um grande Mestre, cuja palavra é verdadeira e potente, mas Ele é o Senhor, é a manifestação de Deus. E esta presença, esta proximidade, suscita em Pedro um forte sentido da  mesquinhez e indignidade. Do ponto de vista humano ele pensa que deve existir uma distância entre o pecador e o Santo. Mas na verdade, ciente da sua condição de pecador requer que o Senhor não se afaste dele, do mesmo modo que um médico não pode fastar-se de quem está doente", afirmou o Papa.

Francisco lembra que a resposta de Jesus é "encorajadora e decidida": 'não temas. Daqui em diante serás pescador de homens'. A partir daqui pedro deixa tudo e segue Jesus.

Para o Papa "esta é a lógica que orienta a missão de Jesus e a missão da Igreja: ir em busca, 'pescar' os homens e as mulheres para restituir à todos, a plenitude da dignidade e da liberdade, mediante o perdão dos pecados. Este é o essencial do cristianismo: difundir o amor regenerador e gratuito de Deus mediante atitudes de acolhimento e de misericórdia para com todos, para que cada um possa encontrar a ternura de Deus e ter a plenitude da vida".

Olhando para os exemplos de misericórdia dos santos Pio de Pietralcina e leopoldo Mandic, cujos corpos se encontram já no Vaticano para veneração, o Papa pediu a mesma atitude para todos os cristãos em particular para "todos os confessores" que devem olhar para "o exemplos destes santos irmãos que os precederam".

No final da sua medtitação, e ainda antes do Angelus o Papa deixou o convite à questão:

"Confiamos realmente na palavra do Senhor ou então deixamo-nos desencorajar pelas nossas falências? Neste ano da misericórdia somos chamados a confortar todos aqueles que se sentem pecadores e indignos perante Deus e desencorrajados à causa dos próprios erros dizendo-lhes as mesmas palavras de Jesus: «Não tema». Possa a Virgem Maria ajudar-nos a compreender cada dia mais que, ser discípulo significa pôr os nossos pés nas sendas do Mestre, nas sendas da graça divina que regenera a vida de todos".

Orações e ações pela "querida Síria"

Após a oração do Angeluz o Papa denunciou a "dramática crise humana provocada pelo conflito na Síria" e apelou à "generosidade" da comunidade internacional:

"Sigo, com grande preocupação, o dramático destino das populações civis envolvidas nos violentos combates na minha amada Síria e forçadas a abandonar tudo para fugir aos horrores da guerra". 

Perante os desenvolvimentos dos ultimos dias que dão conta de mais de 45 mil refugiados na fronteira Turca impedidos de avançar para a Europa Francisco pediu "generosidade e solidariedade" para que chegue às populações atingidas pelo conflito "a ajuda necessária para assegurar a sua sobrevivência e dignidade".

"Apelo à comunidade internacional para que não poupe esforços para reunir urgentemente à mesa das negociações as partes em causa", acrescentou exortando todos a percorrer um caminho de diálogo: "só uma solução política do conflito será capaz de garantir um futuro de reconciliação e de paz".

O papa convidou os fiéis a "rezar muito" e, ele próprio, rezou uma Avé-Maria, pela "querida Síria".

 

 

 

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