Papa Francisco celebra Eucaristia e destaca "Ecumenismo de sangue"

Na manhã deste sábado o Papa Francisco celebrou a eucaristia em memória dos mártires do Uganda no Santuário Católico de Namugongo. O martírio do Uganda decorreu no século XIX quando 25 jovens se recusaram aos antigos costumes locais e abraçaram o cristianismo. Perante esta recusa foram condenados, torturados e assassinados.

Francisco visitou o local onde São Carlos Lwanga foi queimado vivo a 3 de junho de 1886 durante as perseguições aos cristãos. Na homilia, em italiano, o Papa lembrou que desde o início da Igreja tem surgido muitas "testemunhas que proclamaram Jesus e manifestaram a força do Espírito Santo" como  vemos "no trecho dos Atos dos Apóstolos (1,8): «Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo».

Francisco recordou em seguida, com "gratidão, o sacrifício dos mártires ugandeses, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja chegou, justamente, até «aos confins do mundo». Recordamos também os mártires anglicanos, cuja morte por Cristo testemunha o ecumenismo de sangue. Todas estas testemunhas cultivaram o dom do Espírito Santo na sua vida e, livremente, deram testemunho da sua fé em Jesus Cristo, a ponto de pagar com a própria vida, muitos em idade ainda jovem”.

"Como estes santos - reforçou o Papa - "também nós recebemos o dom do Espírito para sermos filhos e filhas de Deus e dar testemunho de Jesus, tornando-o conhecido e amado em todos os lugares. Não recebemos o dom do Espírito só para nós, mas para edificarmos uns aos outros na fé, na esperança e no amor":

"Penso nos Santos José Mkasa e Carlos Lwanga que, sendo instruídos na fé, quiseram transmitir aos outros o dom que receberam e o fizeram em tempos perigosos: não estava ameaçada só a vida deles, mas também a dos mais novos, confiados aos seus cuidados. Dado que tinham cultivado a fé e crescido no amor a Deus, não tiveram medo de levar Cristo aos outros até dar a própria vida. A fé deles tornou-se testemunho e o seu exemplo continua a inspirar muitas pessoas no mundo".

Abertura ao Espírito e aos outros

O Papa lembrou a necessidade de "reavivarmos o dom do Espírito" de modo a "seremos discípulos-missionários de Cristo nas nossas famílias, entre os amigos e os que não conhecemos e até os que nos são hostis. A abertura aos outros começa na família e nos lares, onde aprendemos a caridade, o perdão, a misericórdia e o amor de Deus".

Olhando para o testemunho dos mártires do Uganda  Francisco afirmou que eles "apontam-nos o caminho para sermos discípulos-missionários mediante a fidelidade a Jesus, que significa misericórdia e pureza de coração, humildade e pobreza de espírito, sede de justiça e de esperança.

O testemunho dos mártires ugandenses ajudam-nos a ir ao encontro dos necessitados, a cooperar com os outros em prol do bem comum e a construir uma sociedade mais justa, que promova a dignidade humana, sem excluir ninguém; que defenda a vida, dom de Deus, e proteja as maravilhas da natureza, a criação, a nossa casa comum".

No final o Papa convidou os presentes a seguirem o exemplo de fé e de testemunho dos mártires:

"Queridos irmãos e irmãs, esta é a herança que receberam dos mártires ugandeses. Não devemos conservar a sua herança como uma peça preciosa de museu. Mas levemos seu testemunho aos nossos lares, vizinhanças, trabalho e sociedade civil e até aos cantos mais remotos do mundo. ‘Omukama Abawe Omukisa’: Deus vos abençoe"!

Educris com CTV



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