"Evitemos lamentações teatrais e rezemos por quem sofre verdadeiramente" afirmou o Papa nesta manhã na habitual eucaristia celebrada na Casa de Santa Marta, no Vaticano.
Na ocasião o Papa refletiu sobre o livro de Job: «Desapareça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: ‘Foi concebido um varão!’ Porque não morri no seio da minha mãe ou não pereci ao sair das suas entranhas?» Job faz estas afirmações "amaldiçoando o dia em que nasceu. Tinha perdido tudo: família, bens, saúde. Será blasfémia?", questionou o Papa que fez a ligação ao momento de Jesus na cruz: " Pai, porque me abandonaste? Tudo isto é oração", afirmou.
“Tantas vezes ouvi pessoas que estão a viver situações difíceis, dolorosas, que perderam muito ou se sentem sós e abandonadas e vêm lamentar-se e fazem estas perguntas: Porquê? Porquê? Rebelam-se contra Deus. E eu digo: 'Continua a rezar assim, porque também isto é uma oração ". Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: "Por que me abandonaste?!”.
O Papa lembrou, de seguida, as grandes tragédias da humanidade, “tantos irmãos e irmãs que não têm esperança”. E referiu mesmo o exemplo dos cristãos que são perseguidos e expulsos das suas casas e ficam sem nada. E nós que “não temos fome, nem doenças”, quando chega um pouco de “escuridão na nossa alma” zangamo-nos logo com Deus. O Santo Padre evocou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus:
“E ela, Santa Teresa, rezava e pedia para andar em frente, na escuridão. Isto chama-se entrar em paciência. A nossa vida é demasiado fácil, as nossas lamentações, são lamentações de teatro. Perante estas, estas lamentações de tantas pessoas, de tantos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a memória, que quase perderam a esperança – que vivem aquele exílio de si próprios, são exilados, também de si próprios – nada! E Jesus fez este caminho: da noite no Monte das Oliveiras até a última palavra da cruz: "Pai, por que me abandonaste!”
No final da sua homilia o Papa Francisco apontou duas ideias práticas: "prepararmos o nosso coração para os dias de escuridão, e rezarmos com a Igreja pelos irmãos que perderam a esperança e que vivem no sofrimento e na escuridão".
EDUCRIS com agência Zenit
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