EC: Ser testemunha do Evangelho

A duas semanas da II Peregrinação das Escolas Católicas (EC), atividade promovida pela Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) com o apoio do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), e que marca o início da Semana Nacional da Educação Cristã no próximo dia 27 de setembro, o Secretariado-geral das APEC, Engenheiro Jorge Cotovio, disponibilizou-se para uma breve entrevista sobre os objetivos da Peregrinação, o envolvimento das Escolas, e o lugar da Escola Católica no panorama de um sistema de ensino em mudança.

www.educris.com: No próximo dia 27 de setembro a APEC organiza a II Peregrinação a Fátima. Qual a expetativa da organização quando ao número de escolas e alunos?

Jorge Cotovio: Pela experiência que tivemos da I Peregrinação, prevemos que estejam representadas cerca de meia centena de Escolas Católicas e contamos com mais de 2000 alunos e educadores de todo o país. Em todo o caso, e como ainda decorrerem as inscrições [ndr: podem inscrever-se até ao próximo dia 17 de setembro] gostaríamos que todas as Escolas católicas estivessem representadas nesta que se pretende que seja uma jornada de fé e comunhão.

www.educris.com: Dentro da atividade que marca o início da Semana Nacional da Educação Cristã 2014 que atividades estão previstas para o dia em Fátima?

Jorge Cotovio: Teremos uma concentração das escolas em 3 locais diferentes, consoante a sua proveniência geográfica, a cerca de 5 km do Santuário. Depois far-se-á uma caminhada a pé, devidamente organizada, até ao Colégio de S. Miguel, em Fátima, onde almoçaremos e realizaremos algumas atividades. Pelas 14h45 teremos a Celebração da Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade, presidida pelo Sr. D. Nuno Brás, membro da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), e contando com a colaboração especial de diversas Escolas Católicas (EC) que a preparam já com todo o entusiasmo.

www.educris.com: Quais os grandes desafios da EC numa escola em profunda mudança?

Jorge Cotovio: O maior desafio será o da identidade: a EC, fiel ao Evangelho, deve cumprir a sua missão educativa e pastoral de promover a síntese entre a fé e a cultura, reproduzindo-a depois na vida de cada um dos seus destinatários - estudantes, pais, famílias, professores, funcionários.

Depois, deve apresentar-se como uma proposta alternativa e diferenciadora no espetro educativo português, que capacite os estudantes para a construção de projetos de vida coerentes, bem estruturados e interventivos, fundados no Evangelho.

E perante uma sociedade em permanente mudança, com ambientes muito desfavoráveis à manutenção e promoção da educação católica, temos o desafio da comunhão: as Escolas Católicas têm que estar unidas, trabalhar na base da partilha e da cooperação, potenciando esforços e "inventando", juntas, novos caminhos.

www.educris.com: Como vê o decréscimo de alunos no sistema estatal que segundo o ministério está a levar a uma “reorganização do sistema educativo”?

Jorge Cotovio: Estamos perante o grave problema da "falta de alunos", decorrente do "inverno demográfico" que há décadas nos atormenta. Este decréscimo dramático da natalidade também atinge, naturalmente, as EC. Se juntarmos a este problema, a secularização da sociedade, as práticas políticas adversas à liberdade de ensino e a atual crise económica, obtemos um conjunto de fatores profundamente desfavoráveis à criação e manutenção das escolas católicas, e - julgo - de todo o ensino privado em geral.

www.educris.com: Não concorda portanto com a forma como a reorganização do sistema está a ser realizada…

Jorge Cotovio: Qualquer reorganização do sistema educativo deveria ter em conta a livre opção dos pais pela escola (e o tipo de educação) que desejariam para os filhos, sem custos adicionais para quem optasse pelo ensino privado. Se assim fosse, não teria dúvida de que a grande maioria das EC continuaria a ter procura e a funcionar normalmente. Infelizmente, as sucessivas reorganizações do sistema educativo privilegiam as escolas estatais e penalizam, sistematicamente, as escolas não estatais, designadamente as escolas católicas, conduzindo a situações difíceis na maioria delas e pondo em causa a própria liberdade de educação, inscrita desde há muito na Constituição.

Mais informações e inscrições:

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