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Catequese Familiar em Vila Real

Durante o passado ano Pastoral o Secretariado Nacional de Educação Cristã divulgou, e continua a divulgar novas formas de fazer catequese, em que o envolvimento das famílias e da comunidade é maior, são elas a “Catequese Familiar”, a “Escola de Pais” e a Catequese Intergeracional. O SEDC de Vila Real tentou passar a mensagem para que as paróquias da Diocese começassem a dar os primeiros passos no caminho de uma verdadeira renovação da nossa catequese. Para além da “Catequese Familiar” aqui apresentada com algum pormenor, avançou-se também com a proposta da organização de uma “Escola de Pais” para que iniciassem o ano da fé com reuniões de pais, onde estes teriam oportunidade de aprofundar a sua fé de uma forma simples e ao ritmo dos filhos.

Responderam a este apelo, de forma clara, três paróquias piloto: a Sé – Vila Real, Campeã e Andrães. Uma paróquia urbana e duas rurais, cada uma com as suas especificidades que estão envolvidas numa verdadeira revolução. As duas primeiras encontram-se a seguir o que está previsto na proposta de C.F. para o nosso país, fazendo embora, pequenas adaptações de acordo com as suas especificidades. A paróquia de Andrães, depois de analisar a sua realidade, decidiu arrancar com a proposta intermédia, a organização da “Escola de Pais” e a catequese das crianças ainda na igreja. Foram estas que deram resposta ao nosso convite de entrarem numa nova aventura, o nosso bem-haja. Portanto, mais importante do que as palavras, são as obras que levam ao testemunho.

Assim sendo faço apenas uma pequena introdução para poderem entender os testemunhos que veem a seguir. Na paróquia da Sé vivem-se duas realidades, embora o projeto tenha sido apresentado a todos os pais dos meninos do 1º ano (70), doze responderam ao desafio. Formaram-se então grupos diferentes: uns têm apenas a catequese tradicional na paróquia e o grupo que aderiu à C.F. vem de quinze em quinze dias à paróquia e tem catequese em família, durante a semana com os pais. Na Campeã trabalha-se de forma semelhante à da paróquia da Sé mas com adequações diferentes tendo em conta a sua realidade. Aqui só funciona C. F. incluindo o grupo crianças de quatro paróquias diferentes mas pertencentes à mesma zona Pastoral.

Neste primeiro artigo deste ano apresentaremos os testemunhos recolhidos na paróquia na Sé e no próximo falaremos mais alongadamente da experiência das duas paróquias rurais. Assim sendo, e como na C.F. os verdadeiros destinatários são os pais apresento quatro testemunhos de quatro casais diferentes:

1º testemunho dos pais

"Aderimos a este projeto na expectativa de encontrarmos uma maneira diferente de o nosso filho viver a catequese, de uma forma menos escolarizada, mais alegre e interessante, e claro, mais motivadora para ele. Até agora, encontramos tudo isto e, mais ainda, a oportunidade de discutir com o grupo de pais, temas muito importantes para o nosso crescimento pessoal e como FAMÌLIA. Recomendamos!"

Cláudia e Luís Granja (pais do Duarte)

2º testemunho dos pais

A “catequese familiar” surge como influência de uma amiga catequista, que despertou, desde o primeiro momento, a nossa curiosidade e simpatia. Como estávamos a vivenciar uma primeira experiencia com a entrada do nosso único filho para a catequese e sentíamo-nos “ inseguros” para poder dar-lhe uma melhor orientação na sua formação cristã.

Este modelo de catequese permite-nos partilhar com os outros pais, problemas, dificuldades, experiências. Está a envolver–nos na participação ativa e gratificante, nas atividades religiosas da nossa paróquia, ao mesmo tempo que nos proporciona, como pais, uma orientação na formação religiosa a toda a família.

 “Igreja Santa de Deus, tu não podes cumprir a tua missão, não podes realizar a tua missão no mundo, senão por meio da FAMÍLIA e sua missão!” (João Paulo II)

Maria João e Gilberto Alves (pais Daniel)

3º Testemunho

Com a catequese familiar foi o despertar da Fé em Família, fortalecendo os Laços familiares.

Trata-se de um projeto bastante construtivo, interessante e cativante.

Sónia e Pedro Garcia, (pais do Tiago)

4º.Testemunho

Eu e o meu marido escolhemos esta nova modalidade de catequese para um acompanhamento diferente e mais desenvolvido e com mais aprendizagem, isto porque temos uma filha mais velha e não teve este modo de catequese. Dá-nos a oportunidade de estar mais perto da nossa filha e conviver com outras pessoas com quem nos sentimos uma família. Das poucas reuniões esta experiência está a ser muito boa.

Sandra e Vasco Venera (pais da Matilde)

 

Os testemunhos não podem ser mais claros: os pais estão interessados em voltarem a ter nas suas mãos a educação na fé dos seus filhos mas para isso necessitam de compartilhar connosco os seus medos e as suas dúvidas. É a certeza desta necessidade que uma das catequistas animadora de pais dá o seu testemunho: “«A família é o coração da Nova Evangelização» (Evangelium Vitae, 92). Para mim o catequista é chamado a anunciar, a transmitir e a dar testemunho, levando a Boa Nova a todos os que se cruzam na sua vida.

Numa sociedade cheia de resistências e obstáculos é necessário que o catequista se revista de uma nova linguagem, que vista uma nova roupagem, que mostre a alegria de ser cristão. De uma forma simples, o catequista é chamado a oferecer-se, a dar de si, sendo a Palavra e o testemunho os eixos fundamentais da sua missão. Aderi ao projeto: catequese familiar, porque acredito no projeto e defendo também que os pais devem ser os primeiros educadores da fé. Se a família é a célula base de qualquer sociedade, logo deve ser também a primeira educadora nos valores do amor e da vida, assim como o principal agente na transmissão da fé. Sem dúvida que os pais marcarão muito mais os seus filhos pelo testemunho, pela forma como vivem e irradiam os valores cristãos do que nós catequistas. Tem sido um desafio muito positivo, porque os pais deste grupo também me têm ajudado nesta “caminhada” de crescimento e aprofundamento da fé.”

Marta Martins (animadora de pais)

 

Por fim falta-nos ouvir o testemunho da catequista que acompanha as crianças na partilha que as crianças fazem do que aprenderam e do que experimentaram durante as duas semanas em casa. Confidenciou-nos a Sónia, feliz e entusiasmada, “são as crianças que muitas vezes chamam os pais para irem para o cantinho de oração que construíram lá em casa para falarem de Jesus e com Jesus”. Que felicidade ouvir estas coisas da boca dos pequeninos. Vamos então ouvir o testemunho da Sónia:

Caros amigos, espero que consiga transmitir-vos o meu sentimento de satisfação em relação a este novo desafio. Desde Setembro que me entreguei a este novo desafio e em momento algum me senti desanimada ou desiludida, pelo contrário, o que estou a receber é de uma riqueza incomparável!

Inicialmente tive algum receio pelo fato de não saber qual seria o feedback que iria ter, mas tudo se dissipou desde o primeiro instante. Todos sabem que no grupo eu já tinha estabelecido uma relação de verdadeira amizade com pais e filhos o que funciona como adjuvante, mas também o trabalho que desenvolvemos sempre em equipa é algo de muito facilitador. Não há quem não partilhe ideias e tudo isso é muito positivo, pois é vital uma equipa remar no mesmo sentido para chegarmos a porto seguro.

Todos, equipa de animadoras / catequistas, crianças, pais e pároco estão verdadeiramente empenhados neste projeto e tudo está a funcionar melhor que o esperado. Há pais que vão aderindo ao projeto e as crianças parece que sempre fizeram parte deste grupo. Questionam-nos o porquê de não nos encontrarmos todas as semanas e temos tido reações inesperadas e tão carinhosas que todo o esforço se transforma numa atividade prazerosa e muito agradável!

Planificamos tudo em equipa e temos, no grupo das crianças, um diário de bordo onde as crianças registam momentos mais importantes e marcantes sempre em família.

Em suma, melhor impossível.

Pedimos a Deus que nos entusiasme ainda mais para que possamos ser melhores a cada encontro, para que evangelizemos com mais e mais alegria, fé e amor, pois é por Ele que trabalhamos com todo afinco, esmero e dedicação.

Um bem-haja para todos aqueles que não desistem de enfrentar todos os desafios, independentemente de todos os obstáculos com que se possam deparar.

Sónia Fernandes (catequista das crianças)

 

Que podemos nós dizer mais? Pelos testemunhos vemos que os nossos medos nos impedem de dar o primeiro passo, somos como bebés que iniciam a grande aventura de caminhar, e depois de começarem só querem descobrir coisas novas e andar, e andar cada vez até mais longe.

Caros amigos lembrem-se que “uma longa caminhada começa com um pequeno passo” (Lao Tsé) Pedimos ao Espírito que desça abundantemente sobre nós para nos dar a força necessária para começarmos a dar o primeiro passo.

O SDEC – Vila Real

 

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