Opinião: Educação cristã; amor, presença, afeto (parte 3)

Que grande desafio para a educação cristã continuar a sonhar o futuro. É preciso valorizar as famílias: telefonar, escrever e enviar cartas (Obrigado Papa Francisco!) dialogar, falar ao coração, multiplicar eventos festivos e formativos, formar equipas de ajuda. É preciso continuar a ir com os nossos filhos e alunos para o campo pastorear o rebanho; para o mar ensiná-los a conduzir e a cuidar do nosso barco; para a sementeira ensinar e ajudar a semear, a cuidar, a colher e a guardar. A educação é qualquer coisa que se faz em equipa, não cada um para seu lado.

Os professores e educadores trabalham com o futuro do mundo. Cada vez se disponibilizam mais meios para responder adequadamente a esta grande tarefa. Todos nascemos para Deus e uns para os outros. Jesus de Nazaré, durante a sua vida pública, ensinava dialogando, questionando, contando histórias, mostrando que os seres humanos são filhos e filhas de Deus, homens e mulheres livres, não coisas ou seres descartáveis. Diz (disse há alguns anos) D. Manuel Martins, escrevendo para professores:

«Educar é ajudar a crescer. Mas só ajuda a crescer quem se esforça por crescer também. Ninguém educa ninguém, educamo-nos uns aos outros na humildade, na paciência, num esforço cada dia renovado de construção pessoal e solidária. Pergunta-te, ao fim do dia, se conseguiste, mesmo que muito pouco, que os alunos aprendessem a cantar a vida, a entender que a vida se canta em coro e não em solo. Nunca digas a ninguém que é um sacrifício ou um peso trabalhar na escola. Encara sempre a tua missão como uma causa e ocasião de uma grande alegria.» [i]

Obrigado Senhor D. Manuel. Obrigado a todos os que pensam a educação como um lugar onde se escreve e inscrevem palavras como: amor, dedicação, Deus, justiça, vocação, fraternidade, solidariedade, Páscoa, abraço, perdão, compaixão, montanha, árvore, rio, sol, estrela, vento, música, arte, Jesus Cristo… Obrigado a todos os que leem, escrevem e ensinam a poesia com que os meninos e as meninas a seguir inventam, escrevem, ilustram, memorizam e contam histórias de vida uns aos outros. Histórias onde Deus-Pai-Bom é sempre bem-vindo, todas as tardes, com um cartuxo de bolachas, procurar-nos para se sentar, conversar e rir connosco.

 

Professor José Manuel Leite Teixeira



[i] (Esta citação de D. Manuel Martins, tirei-a de um textinho que ele escreveu a meu pedido, certo dia, para oferecer num marcador aos professores da minha escola.)

Leia a Parte 1 e 2 deste artigo de opinião

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Educris|23.10.2020



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