Papa lembra os que morreram «dando a vida» pelos doentes (c/vídeo)

Francisco recordou médicos, enfermeiros e padres que morreram, nos últimos dias, a tentar salvar pacientes infetados com Covid-19

“Recebi a notícia de que alguns médicos, padres, não sei se também enfermeiras, foram infetados nos últimos dias. Ficaram reféns deste mal porque estavam ao serviço dos doentes”, disse o Papa na eucaristia desta manhã transmitida pelo serviço de comunicação do Vaticano.

No início da eucaristia o Papa apresentou a sua intenção de oração “por eles, pelas suas famílias, agradecendo a Deus pelo seu exemplo de heroicidade e pelo modo como tratam os doentes”, apontou.

“Oramos por eles, por suas famílias, e agradeço a Deus pelo exemplo de heroicidade que eles nos dão no tratamento dos doentes”, disse.

Na sua homilia, e constatando “a presença do tema da água nas leituras”, Francisco refletiu sobre este elemento “entendido no cristianismo como símbolo e meio de salvação”, e, em alguns momentos, “como meio de destruição”.

Tomando o excerto da primeira leitura, retirada do livro do profeta Ezequiel (cfr. Ez 47,1-9,12), o papa convidou os fiéis a entenderem aquela água como “a água que traz vida”, à semelhança da “piscina presente no texto do evangelho” (cf. Jo 5, 1-16).

Francisco constatou que “o homem doente à beira da piscina” não necessitava “apenas de uma cura física, mas de uma cura do coração”.

“Estava doente no coração, ele estava doente na alma. Estava doente pelo pessimismo, pela tristeza, pela preguiça. Esta é a doença deste homem”, explicou.

Francisco comparou, então, “este doente com o cego do domingo passado”, que, em contraponto, se alegrou e falou desassombradamente da sua cura”:

“Este é curado, mas não se compromete. Isto deve fazer-nos pensar em muitos de nós, em muitos cristãos que vivem este estado de preguiça, incapazes de fazer qualquer coisa para lá de reclamar sobre tudo”.

Educris|24.03.2020

Para o papa a “preguiça é um veneno, é uma névoa que envolve a alma e não permite viver. E também é uma droga, porque quando se experimenta com frequência, gosta-se” e fica-se “viciado em tristeza e em preguiça”.

O papa desafiou, então, os cristãos “a relerem o capítulo V do evangelho de São João” de modo a “estarem atento à doença em que posso cair”.

No final o papa voltou a convidar os fiéis a “pensar nas águas como símbolo da nossa vida que se regenera no batismo”,

“Que o senhor nos ajude a não padecer do pecado da neutralidade que não nos permite ser ‘nem branco nem preto’. É o diabo que entra na nossa vida espiritual e a aniquila. Que o senhor nos ajude a entender quão grave é esse pecado”, concluiu.



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