Ângelus: A «alegria é característica da missão da Igreja»

Francisco recordou hoje o episódio dos "72 discípulos" e afirmou que "a alegria é caracteristica da missão" devendo o cristão rezar "pelas necessidades dos outros" e naõ apenas "pelas suas.

Leia, na íntegra, a alocução do Santo Padre antes da recitação do Ângelus.

 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

 

A página do Evangelho de hoje (cfr Lc 10.1-12.17-20) apresenta Jesus que envia setenta e dois discípulos numa missão, além dos doze apóstolos. O número setenta e dois provavelmente indica todas as nações. De facto, no livro de Génesis, setenta e duas nações diferentes são mencionadas (cfr 10,1-32). Assim, este envio prefigura a missão da Igreja de proclamar o Evangelho a todos os povos. Jesus disse aos discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos! Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara» (v. 2).

Este pedido de Jesus é sempre válido. Devemos sempre orar ao "mestre da seara", que é Deus Pai, para que ele envie trabalhadores para trabalhar no seu campo que é o mundo. E cada um de nós deve fazê-lo com o coração aberto, com uma atitude missionária; a nossa oração não deve limitar-se apenas aos nossos quereres, às nossas necessidades: uma oração é verdadeiramente cristã se também tiver uma dimensão universal.

Ao enviar os setenta e dois discípulos, Jesus dá-lhes instruções precisas que expressam as características da missão. A primeira - já vimos -: rezar; a segunda: andar; e depois: não carregueis saco ou bolsa ...; dizei: "Paz a esta casa" ... permanecei naquela casa ... Não vades de uma casa para outra; curai os enfermos e dizei-lhes: "o Reino de Deus está perto de vós"; e, se eles não o receberem, saiam para as praças e ide-vos dali (ver vv 2-10). Estes imperativos mostram que a missão é baseada na oração; que é itinerante: não está parada, é itinerante; que requer desapego e pobreza; que traz paz e cura, sinais da proximidade do Reino de Deus; que não é proselitismo, mas anúncio e testemunho; e que também exige franqueza e liberdade evangélica para sair, destacando a responsabilidade de ter rejeitado a mensagem de salvação, mas sem condenações e maldições.

Se vivida nestes termos, a missão da Igreja será caracterizada pela alegria. E como esse passo termina? «Os setenta e dois retornaram cheios de alegria» (v. 17). Esta não é uma alegria efémera que vem do sucesso da missão; pelo contrário, é uma alegria enraizada na promessa que - diz Jesus - «os vossos nomes estão escritos no céu» (v. 20). Com esta expressão e significa alegria interior, a alegria indestrutível que vem da consciência de ser chamado por Deus para seguir o seu Filho. Essa é a alegria de ser seus discípulos. Hoje, por exemplo, cada um de nós, aqui na praça, pode pensar no nome que recebeu no dia do Batismo: esse nome está "escrito no céu", no coração de Deus Pai. E é a alegria deste dom que torna cada discípulo um missionário, aquele que anda na companhia do Senhor Jesus, que dele aprende a gastar-se sem reservas para os outros, livre de si mesmo e das suas próprias posses.

Juntos, vamos invocar a proteção materna de Maria Santíssima, para que em todo lugar ela possa apoiar a missão dos discípulos de Cristo; a missão de anunciar a todos que Deus nos ama, quer nos salvar e nos chama para fazer parte do seu Reino.

Tradução Educris a partir do original em italiano

Educris|07.07.2019



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