Ângelus: No Batismo «Jesus tomou a nossa natureza e o nosso pecado»

Na festa do batismo, e perante milhares de fiéis que se juntaram para a recitação do Ângelus o Papa Francisco recordou a importância do gesto de batismo de Jesus que "se faz próximo do povo peninente" e abraçou "a nossa condição e os nossos pecados". Para Francisco é fundamental "recordar o batismo" como o momento "da graça e renová-la diariamente".

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, no final da época litúrgica do Natal, celebramos a festa do Batismo do Senhor. A liturgia chama-nos a conhecer Jesus mais plenamente, do qual, recentemente, celebrámos o nascimento; e por esta razão o Evangelho (cf. Lc 3, 15-16.21-22) ilustra dois elementos importantes: a relação de Jesus com o povo e a relação de Jesus com o Pai.

Na história do batismo, conferido por João Batista a Jesus nas águas do Jordão, vemos primeiro o papel do povo. Jesus está no meio do povo. Não é apenas um pano de fundo da cena, mas é um componente essencial do evento. Antes de mergulhar na água, Jesus "mergulha" na multidão, junta-se a ela e assume plenamente a condição humana, compartilhando tudo, exceto o pecado. Na sua divina santidade, cheia de graça e misericórdia, o Filho de Deus fez-se carne para tomar sobre si e tirar o pecado do mundo: tomar as nossas misérias, a nossa condição humana. Portanto, o dia de hoje também é uma epifania, porque ao ser batizado por João, entre a gente penitente do seu povo, Jesus manifesta a lógica e o significado da sua missão.

Ao unir-se às pessoas que pedem a João o Batismo da conversão, Jesus também compartilha o profundo desejo de renovação interior. E o Espírito Santo que desce sobre Ele «em forma corporal, como uma pomba» (v.22) é o sinal de que com Jesus começa um novo mundo, uma "nova criação" que inclui todos aqueles que recebem a Cristo na sua vida. Também a cada um de nós, que renascemos com Cristo no Batismo, são dirigidas as palavras do Pai: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu agrado» (v. 22). Este amor do Pai, que recebemos todos nós no dia do nosso batismo, é uma chama acesa nos nossos corações e exige que sejamos nutridos pela oração e pela caridade.

O segundo elemento enfatizado pelo evangelista Lucas é que após a imersão no povo e nas águas do Jordão, Jesus "mergulha" em oração, isto é, em comunhão com o Pai. O batismo é o começo da vida pública de Jesus, da sua missão no mundo como enviado do Pai para manifestar a sua bondade e o seu amor pelos homens. Esta missão é realizada em constante e perfeita união com o Pai e o Espírito Santo. Até mesmo a missão da Igreja e de cada um de nós, para sermos fiéis e frutíferos, é chamada a enxertar-se na de Jesus: é uma questão de regenerar continuamente a evangelização e o apostolado na oração, para fazer um claro testemunho cristão não de acordo com projetos humanos, mas de acordo com o plano e o estilo de Deus.

Queridos irmãos e irmãs, a festa do Batismo do Senhor é uma boa oportunidade para renovar com gratidão e convicção as promessas do nosso Batismo, comprometendo-nos a viver diariamente em harmonia com ele. Também é muito importante, como eu já disse várias vezes, conhecer a data do nosso batismo. Eu poderia perguntar: "Quem entre vós sabe a data do seu batismo?" Nem todos, com certeza. Se algum de vós  não a conhecer, ao voltar para casa, pergunte aos seus pais, avós, tios, padrinhos, amigos da família ... Pergunte: "Em que data fui eu batizado, fui eu batizada?". E então não vos esqueçais: é uma data mantida no coração para festejar todos os anos.

Jesus, que nos salvou não pelos nossos méritos, mas para realizar a imensa bondade do Pai, torna-nos todos misericordiosos. Que a Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, seja o nosso guia e o nosso modelo.

Educris a partir do original em italiano

14.01.2019



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