Myanmar: 7 mil cristãos forçados a abandonar região

Denúncia feita pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre que relata situação dramática dos cristãos no território

Há uma crise humanitária em Myanmar – antiga Birmânia – e não está relacionada com os muçulmanos Rohingya, mas sim com comunidades cristãs. Desde o início do mês de Abril, o exército começou a atacar aldeias na região de Kachin, situada ao norte do país, junto da fronteira com a China.

Os militares procuram atingir grupos rebeldes independentistas e as populações cristãs foram forçadas a fugir pela suspeita de colaboracionismo com eles. Há relatos de que muitas pessoas têm procurado abrigo em igrejas, nomeadamente nas localidades de Muitkyina, Tanai, Tangphre e Namti.

Mas há também quem tenha fugido simplesmente para a floresta. Segundo D. Francis Daw Tang, bispo de Myitkyina, em declarações à agência Fides, “muitas aldeias foram atacadas”, e houve pessoas que “ficaram presas na selva pelo menos durante três semanas, sem comida”.

O alerta de D. Francis é corroborado também por outras entidades que sublinham o facto de esta crise humanitária estar a ser ignorada a nível internacional, porque os holofotes da atenção mediática estão centrados essencialmente na questão dos muçulmanos Rohingya.

Uma dessas entidades é a própria ONU. Em Abril, Mark Cutts, coordenador das Nações Unidas, afirmou que “os relatórios” recebidos de organizações locais apontam para o facto de “muitos civis ainda permanecerem presos em áreas afectadas pelo conflito” com o Exército da Independência Kachin, grupo rebelde que luta por uma maior autonomia da região desde o início da década de sessenta do século passado.

O povo Kachin é formado essencialmente por cristãos e é nesta região que se concentra grande parte desta comunidade religiosa. De facto, os cristãos representam apenas cerca de 7% da população deste país de maioria budista.

Educris com AIS

23.05.2018



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