China: Bispo emérito de Hong Kong tece duras críticas a Pequim e lembra os cristãos perseguidos

O Cardeal Joseph Zen Ze-kium, bispo emérito de Hong Kong, de 85 anos, afirmou que o "ateísmo materialista" é o "principal perigo" para a China nos dias de hoje e lamentou situação dosc cristãos perseguidos no território.

Em entrevista à Fundação católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) o Cardeal lençou duras críticas ao regime chinês, classificando-o de " imperialismo desenfreado" e de estar minado pela corrupção:

"A exagerada corrupção dentro do Partido é a prova disso. A única coisa que conta é a obediência absoluta à direção do Estado".

Para D. Joseph Zen, "com o crescente bem-estar" que se vive na sociedade chinesa "tudo isto se torna ainda pior" pois a "riqueza faz crescer a corrupção ainda mais", acrescenta.


A par da corrupção, o Cardeal emérito de Hong Kong – antiga colónia britânica situada no delta do Rio das Pérolas, tal como Macau, e actualmente uma região especial da China com um elevado grau de autonomia – aponta o dedo ainda à perseguição que o regime liderado por Xi Jipang tem levado a cabo a todos os que procuram defender os direitos humanos neste país. 


"A princípio tinha esperança" de que a situação dos Direitos Humanos melhorasse, "porque o Presidente (Xi Jipang) actuou contra a corrupção no governo e na sociedade. Mas muito depressa se tornou evidente que ele também estava apenas interessado no poder. Com o seu governo – acusa o Cardeal emérito de Hong Kong – as pessoas que lutam pelos direitos humanos são perseguidas, humilhadas e condenadas em processos de propaganda levados a cabo pelo governo".


Na entrevista ao secretariado alemão da Fundação AIS, D. Joseph Zen também se pronunciou, sobre a Igreja Clandestina na China, fiel ao Papa, e as negociações em curso entre Vaticano e Pequim para a normalização das relações entre os dois Estados.


O regime de Pequim criou em 1957, recorde-se, a Associação Patriótica Católica para impedir interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos chineses vivam a sua fé em conformidade com as políticas do Estado.


O Cardeal lamentou “o pouco que se conhece” sobre essas conversações, afirmando o seu cepticismo, pois, em sua opinião, “a direcção do Estado” chinês “não aceitará nenhum outro resultado que não seja a submissão da Igreja à liderança do Partido Comunista”. 


E dá como exemplo o que se passou este ano na Semana Santa. “Os Bispos da Igreja Clandestina foram obrigados a participar em cursos de formação política pelo que não puderam celebrar a liturgia com os seus fiéis.” 


Defendendo que o futuro do cristianismo na China “depende” da forma “como se vive a fé em autenticidade”, o Cardeal emérito de Hong Kong lembra que, “na China, há cristãos que lutam valentemente por uma sociedade melhor”. “Porém” – acrescenta – “muitos deles estão presos.".  

Educris com AIS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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