Homens armados com paus e identificados como “muçulmanos bengalis” atacaram na passada semana uma igreja cristã protestante em Chittagong Hill Tracts, distrito de Khagrachhari, uma zona remota do Bangladesh, tentando violar duas jovens que se encontravam no interior do templo, informa a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS)
Em comunicado, enviado hoje ao EDUCRIS, a fundação católica dá conta do testemunho do pastor local, Stephen Tripura, segundo o qual "cerca de uma dúzia de pessoas invadiram a igreja durante a noite de 10 de Maio depois de terem arrombado a porta" e tentaram "violar a minha irmã e uma sobrinha",´
Tripura garantiu que reportou o caso às autoridades mas não apresentou queixa-crime. “Não apresentámos o caso com medo de irritarmos os muçulmanos provocando assim mais violência”, justificou este responsável.
Chittagong Hill Tracts é uma região florestal montanhosa onde vivem algumas tribos indígenas budistas e cristãs.
O Bangladesh é um país onde se tem verificado um aumento de casos de perseguição religiosa contra cristãos e hindus.
No último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação AIS – período de Junho de 2014 a Junho de 2016 –, é referido que “os grupos religiosos minoritários são o principal alvo” de ataques, tendo-se registado “48 assassínios, em apenas 18 meses”.
De facto, segundo este relatório, houve um “aumento” de “ataques fatais a cristãos e hindus”, com o assassinato de elementos do clero ou de cristãos convertidos, assim como se registou um maior número de pessoas que receberam ameaças de morte.
Os Bispos do Bangladesh relacionam o aumento destes ataques – pode ler-se ainda no relatório da Fundação AIS – à decisão do Supremo Tribunal, de Março do ano passado, “que confirmou o islamismo como religião do Estado”.
Educris com AIS