Responsável destaca importância da dimensão contemplativa da missão dos catequistas presente na nova ontem apresentado no Vaticano
O padre José António Gonçalves, Coordenador do Secretariado da Educação Cristã da Infância e Adolescência, da diocese de Portalegre-Castelo Branco, afirmou hoje que a nova Carta apostólica é um “desafio à catequese na Europa” e implica “mudanças profundas na mentalidade”.
“O Santo padre tem colocado a Igreja em caminho. Um caminho exigente de refontalização e que nos exige, não poucas vezes, a desconstruir a casa para a reerguer sobre a rocha firme. Este motu proprio é um grande desafio à realidade catequética portuguesa e europeia e implica mudanças profundas de mentalidades”, apontou.
O responsável destaca, no documento que institui o novo ministério de catequista, a perceção do papa Francisco de que “os catequistas são ‘mestres’ não de cátedra mas de espírito, através do seu sentido evangélico e missionário".
“Este documento, já esperado, acaba por ser, na sua redação, um desafio às Conferências Episcopais do mundo inteiro para criarem critérios que ajudem esta vocação e serviço a ser assumida em profundidade. Os bispos tem agora que discernir com colocar em prática este ministério que é tão antigo como a Igreja”, sustenta.
Perante uma “primeira leitra do documento”, o padre José António Gonçalves alegra-se pela insistência do santo padre em “nos colocar diante deste olhar contemplativo da missão do catequista que é para levar a sério porque ela implica ser mediador entre Deus e os homens para iniciar outros na fé, pondo em contacto e intimidade com Cristo”.
“Temos um grande desafio para a formação dos catequistas pois só alguém iniciado no encontro pode ajudar outros a serem iniciados. Desafia-nos a olhar para os catequistas como alguém que tem de estar intimamente ligado a Cristo”, afirma.
Numa altura em que Portugal atravessa diversos processos de transformação na catequese, o sacerdote da diocese de Portalegre-Castelo Branco sustenta que o “ministério do catequista” está “em linha com o pulsar da catequese em Portugal, sobretudo no primeiro itinerário formativo ‘Ser Catequista’”, conclui.
Educris|12.05.2021
Imagem: Catequese Leiria-Fátima