Papa no Iraque: «Se Deus é o Deus da paz não nos é licito matar em seu nome»

Na manhã deste domingo o Papa Francisco visitou Mossul, a cidade que se tornou conhecida como bastião do Daesh e onde faleceram milhares de vítimas durante a guerra. Na oração pelas vítimas o papa afirmou que “fraternidade é mais forte que o fratricídio, que a esperança é mais forte que a morte, que a paz é mais forte que a guerra”

No terceiro dia da sua visita ao Iraque o papa voou, pela manhã, para o norte do território onde decorreu uma oração pelas vítimas da guerra, em Mossul.

Na cidade subsistem as marcas da violência e dos confrontos, que levaram à perda de milhares de vítimas e a milhares de refugiados internos que fugiram do terror das perseguições do Daesh.

"Hoje, apesar de tudo, reafirmamos a nossa convicção de que a fraternidade é mais forte que o fratricídio, que a esperança é mais forte que a morte, que a paz é mais forte que a guerra”, afirmou o papa no antes da oração de sufrágio pelas vítimas da guerra.

Em Hosh al-Bieaa, a praça das igrejas sírio-católica, armeno-ortodoxa, sírio-ortodoxa e caldeia, destruídas pelos ataques terroristas entre 2014 e 2017, o papa escutou testemunhos dos que fugiram e perderam os seus familiares durante a guerra.

“A trágica redução dos discípulos de Cristo, aqui e em todo o Médio Oriente, é um dano incalculável não só para as pessoas e comunidades envolvidas, mas também para a própria sociedade que eles deixaram para trás”, aumentou o Papa Francisco.

O papa argentino lamentou a guerra, a violência e as perseguições numa região que foi berço de civilizações.

“Como é cruel que este país, berço de civilizações, tenha sido atingido por uma tormenta tão desumana, com antigos lugares de culto destruídos e milhares e milhares de pessoas – muçulmanas, cristãs, yazidis e outras – deslocadas à força ou mortas!”, constatou.

Na oração que se seguiu, no centro de uma igreja ainda em escombros, o Papa lembrou que em nome de Deus não é lícito odiar e matar os irmãos ou fazer a guerra.

“Se Deus é o Deus da vida – e é-o –, a nós não é lícito matar os irmãos no seu nome. Se Deus é o Deus da paz – e é-o –, a nós não é lícito fazer a guerra no seu nome. Se Deus é o Deus do amor – e é-o –, a nós não é lícito odiar os irmãos”, apontou.

O papa rezou “por todas as vítimas da guerra” e pediu “a Deus Omnipotente” o dom da harmonia e da paz , para que “independentemente das respetivas filiações religiosas”, se possa “viver em harmonia e paz, conscientes de que, aos olhos de Deus, todos somos irmãos e irmãs”.

Educris|07.03.2021

Imagem: Vatican.va



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