Viseu: Mais de uma centena de alunos foram "refugiados por dois dias"

Foram 125 alunos do 8.º ano, 9.º ano e Secundário, os que aceitaram o desafio de viver como refugiados, num campo preparado para o efeito, durante dois dias na atividade denominada "REFUGIADOS PARA A PAZ”.

Aconteceu nos dias 26 e 27 de novembro em Mangualde, no espaço da Escola Felismina Alcântara, resultado de um repto lançado pela disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica do Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro, alargado ao Agrupamento de Escolas de Tábua, e numa parceria com o Regimento de Infantaria XIV, de Viseu, o qual acolheu esta ideia com grande entusiasmo e lhe deu vida, inserindo-a no Exercício Marte 16, do 2.º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Rodas/NATO Response Force 2016.

Foram dois dias de grande atividade, acompanhados de condições climatéricas adversas, às quais os alunos responderam com grande resistência, alegria e perseverança.

Tendo como ponto de partida a vida de um Campo de Refugiados desprovido de conforto e de algumas condições a que estão habituados diariamente, desde logo, a liberdade de fazer o que se quer e a ausência da família. Foram recriadas situações de vida num campo de refugiados, que permitiram experienciar a dormida em tendas montadas para o efeito pelo Exército, as regras, as questões de segurança, as questões de higiene e da alimentação.

Ao longo dos dois dias foram simuladas situações a que os refugiados estão sujeitos. Para tal, colaboraram e estiveram presentes entidades que deram a conhecer a sua forma de atuação/ colaboração, como a Cruz Vermelha Portuguesa, a GNR com o Destacamento Territorial de Mangualde e o Destacamento de Intervenção Secção de Cinotécnica, os Bombeiros Voluntários de Mangualde e a Proteção Civil.

Os alunos foram envolvidos pelos testemunhos dos elementos da Polícia Marítima que estiveram na Grécia a resgatar migrantes e refugiados do mar, no âmbito da missão Frontex, e de um jovem voluntário da Plataforma para os Refugiados que experienciou a vida real de um campo de refugiados na Grécia.

Como se pretendia valorizar a condição da pessoa e a sua dignidade, foi ainda apresentada uma dinâmica centrada no tema “ver e ser visto”.

Lucia Morgado Lopes

Foi permitido aos alunos refletir e sentir que muitas vezes não dão valor ao essencial, que é tão importante. Ficaram despertos para nunca desistirem de lutar pela vida, independentemente e do contexto, pois cada um deve estar grato por este dom que recebe com gratuidade.

A concretização desta atividade só foi possível graças à disponibilidade, rigor, competência, empatia e capacidade de comunicação dos elementos do Exército Português, muito concretamente, do Regimento de Infantaria XIV, de Viseu.

Para além de uma experiência humana única que complementou o percurso escolar dos alunos que nela participaram, foi também uma oportunidade que lhes revelou outras possibilidades de estar no mundo e na vida com eles e com os outros.



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