EMRC: Uma missão de vida, por António Neves

Durante a Semana Nacional da EMRC 2016, subordinada ao tema "Rostos de Misericórdia" vamos conhecer testemunhos de vida de alunos, professores e antigos alunos que nos contam, na primeira pessoa, a sua experiência com a disciplina.

Hoje o testemunho da professor António Inácio Cachola Neves, da diocese de Évora.

"Iniciei funções de docente no dia 1 de Outubro de 1997, no Agrupamento de Escolas Mestre de Avis, Alentejo.

Desde sempre vivi apaixonado pelas missões, partir, conhecer, aprender e ensinar era o meu maior desejo. Nunca sai para lado nenhum… Quando me contactaram para ir lecionar para Avis fiquei feliz, dei muitas graças a Deus por ter sido “o escolhido”, achei que não era bem o que desejava, mas… pensava! “Avis? Terra que nem Deus quis?”. Fui substituir um colega que era o padre de Avis e que tinha abandonado o sacerdócio naquele ano.

Tudo para mim era novo, a terra, a escola… No primeiro dia de aulas com uma turma de 5º ano tudo me parecia normal até que uma aluna começou a gritar e aos saltos na aula, os outros seguiram-lhe o exemplo eu não sabia o que fazer, tentei que as coisas acalmassem mas nada me valeu. Questionei-me se seriam aqueles comportamentos normais? Pois não tinha sido assim há tanto tempo que eu deixara de ser aluno e como as coisas tinham mudado… Felizmente que aqueles comportamentos só se verificaram naquela turma e com o passar do tempo foram mudando. Desde esse dia percebi que estava verdadeiramente numa missão tanto com os alunos como com os colegas. Religião e Deus não eram “bem aceites”. Percebi que alguma coisa tinha de ser feita. A paróquia não tinha pastor, eu estava completamente sozinho. A pouco e pouco fui-me integrando na comunidade, desenvolvi um trabalho de oração quinta feira à noite com a comunidade paroquial e sexta com os jovens, na sua maioria não eram alunos de EMRC. Fui-me dando a conhecer e a conhecer as pessoas e tudo se tornou mais fácil. A disciplina cresceu em número de alunos e os colegas aceitaram-me ao ponto de desenvolvermos projetos em conjunto. Hoje sinto-me um verdadeiro missionário porque, conheci, aprendi e ensinei aqueles jovens a crescer intelectualmente e espiritualmente. 

António Inácio Cachola Neves

 



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