«Uma disciplina para fazer pensar e agir na comunidade escolar», Dulce Couto (C\vídeo)

Semana/Encontro acontece online “reinventando os encontros nacionais do 1º ciclo e do ensino secundário”

Sérgio Martins, Coordenador do Departamento de Pastoral nas Escolas, na Diocese de Aveiro, afirmou hoje que o “ano de pandemia que vivemos tem levado, professores e alunos, a reinventar a verdadeira missão da EMRC na escola”.

No programa Ecclesia, dentro do espaço «A Fé dos Homens», que hoje foi transmitido na RTP2, o responsável sustentou que a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) é “uma disciplina diferente e diferenciadora na escola” e que “o esforço feito para realizar esta semana vem dar resposta” aos anseios de alunos e pais que “fazem aqui uma escolha consciente”.

“Esta é a semana do encontro nacional, mas é, sobretudo, o encontro nas comunidades escolares de alunos e professores. Queremos mostrar aos pais e alunos, quais os valores pelos quais se faz a experiência da EMRC e a mais-valia que é a de optar por esta disciplina”, garantiu numa entrevista conduzida pelo jornalista Henrique Matos da agência Ecclesia.

A semana, que decorre até 21 de maio, subordina-se ao tema «Esperança-Te», e quer “envolver as escolas de todo o país numa dinâmica de encontro”.

“No ano passado tivemos de cancelar tudo o que estava programado, mas começámos logo a pensar como poderíamos chegar a esta imensidão de alunos e famílias que temos por esse país fora. Aí surgiu esta ideia de readaptar e reinventar a proposta em tempos de pandemia”, disse Dulce Couto, responsável pela disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) na Arquidiocese de Braga.

“A partir dos desafios e valores expressos nas encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti, do Papa Francisco” as comunidades educativas são desafiadas a desenvolver “dinâmicas e ações concretas nas suas escolas”, sustentou.

Neste primeiro dia de Semana/Encontro, já se encontra disponível, no canal da Educação Cristã no Youtube, o primeiro vídeo com alguns dos “contributos das comunidades educativas nesta dinâmica da esperança”.

EMRC: Uma disciplina opcional para pensar a realidade e agir nas comunidades educativas

Presente na escola a EMRC distingue-se das demais “por trabalhar valores que são, hoje mais do que nunca, prementes, na formação da pessoa como um todo”.

Durante o tempo de confinamento “a aula de EMRC chegou a alunos e pais e ajudou a desfazer o constante equívoco de pensar a EMRC como prolongamento ou substituto de uma catequese paroquial”, considerou a responsável da disciplina em Braga.

Sérgio Martins afirmou “o carácter inovador na lecionação que a pandemia trouxe consigo e o trabalho desenvolvido durante este tempo”.

“A pandemia pôs à prova a educação no seu todo e a EMRC não foi exceção. Isso permitiu-nos, a nós que fazemos parte da equipa nacional da EMRC, criar, readaptar e disponibilizar novos materiais, não para nos substituirmos aos professores, mas ajudá-los com recursos para as aulas síncronas e assíncronas. Os alunos e os docentes ganharam com isto”, garante.

Numa disciplina que quer “ajudar a conhecer a realidade e a comunidade” as “visitas de estudo são aposta clara para que se possam ir ao encontro das realidades e ajudar os nossos alunos a serem cidadãos ativos, não no futuro, mas no presente”, disse Dulce Couto.

“As visitas de estudo não servem para ‘captar’ alunos. Elas são estruturantes de uma disciplina que é para os outros e quer dar chaves de leitura da realidade aos mais novos. É engraçado porque o professor de EMRC é aquele que, não poucas vezes, arrisca o sair ao encontro da realidade com alunos que mais ninguém quer levar a lado nenhum, mas que com o professor de EMRC saem e fazem a experiência de situações fronteira em oportunidades que mudam vidas e ajudam a formar cidadãos mais solidários e comprometidos com o bem comum”, apontou.

Para Sérgio Martins a disciplina apresenta, como mais-valia, “o desenvolvimento do pensamento crítico”.

“Não basta exercitar este pensamento dentro da sala. Ele deve ser colocado em ato, em ação para não cair num criticismo de sofá. Hoje, com a EMRC, somos mais do que uma disciplina no espaço escola. Somo-lo na relação com as comunidades humanas e na busca do transcendente comum que é encontrado, por exemplo, no encontro com os outros nas suas realidades”, garantiu.

Dulce Couto considera que “numa sociedade imediata e cheia de informação” o docente de EMRC, e a disciplina, dão aos alunos “ferramentas para que eles possam fazer sínteses do real, não para formatar, mas para permitir o diálogo e a reflexão critica”.

Concerto falado com antigo aluno encerra Semana/Encontro

Ao longo da Semana/Encontro “são esperadas mais partilhas e apontamentos vários na web com mostras de trabalhos das escolas dentro da temática proposta”.

Também nas redes sociais, antigos alunos e pais, vão dar “o seu testemunho sobre a experiência alegre de ter sido aluno de EMRC”, numa dinâmica que quer mostrar "a alegria de fazer parte da disciplina".

“Na noite do dia 21 de maio, pelas 21h00, no Youtube, vamos ter uma grande surpresa para encerrar a semana. Um concerto falado que vai ser um momento de partilha, encontro, de festa, entre alunos e um cantor que, também ele foi aluno de EMRC, o Fernando Daniel. Queremos que os nossos alunos se deixem marcar pela esperança de que o amanhã seja melhor e que juntos vamos conseguir ultrapassar as dificuldades que vivemos”, completa.

Educris|17.05.2021



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