Lisboa: Uma experiência de catequese sem Internet (C/vídeo)

Telefone continua a ser o contacto mais pessoal para a catequese

Nos arredores da cidade de Lisboa a paróquia de Camarate, tem respondido ao isolamento social com o “velhinho telefone”.

“Desde o início da pandemia que tivemos a preocupação de ligar pessoalmente para cada catequizando. Uma proximidade de quem pergunta e quer escutar, de viva voz, como está e dizendo-lhe, antes de mais, que temos saudades e que gostamos muito deles”, explicou o catequista Carlos Campos na estreia do  ‘3 Dicas’, um programa da responsabilidade do Jornal Voz da Verdade e que vai dar a conhecer a realidade eclesial do Patriarcado em tempo de covid-19.

Numa localidade “onde existem naturalmente muitos lares com computador e internet” a preocupação da comunidade “passou pela universalidade que o telefone ainda proporciona”.

“No caso dos mais pequenos, ligámos aos pais, mas a ideia era perceber como estavam, dar uma palavra amiga e um sinal de presença e pertença”.

Servir de ponte: colmatar necessidades

Na comunidade paroquial existe uma "equipa fantástica de padres e irmãos Combonianos” que levou ao surgimento do projeto ‘Despertar’'. Este projeto, inicialmente pensado "para complementar a oferta social” na zona, ganhou novas valências, "com o aparecimento da pandemia, e consequente isolamento social".

"A ideia alargou-se e da orientação escolar às crianças desfavorecidas” passou-se a estabelecer a ponte “entre as escolas e as crianças e jovens sem acesso à internet”.

“Os professores queixavam-se que não conseguiam chegar a todos. Então um grupo de voluntários da paroquia predispôs-se para ser esta ponte entre uns e outros e, naturalmente, começaram a ser sinal da presença de Cristo e da Igreja na vida delas”, revelou o catequista.

Um verdadeiro “Encontro com Jesus Cristo”

A morar em Mafra, mas paroquiano nesta comunidade dos subúrbios de Lisboa, Carlos Campos apresentou, em conversa com o padre Nuno Rosário Fernandes, o que considerou ser “a maior aprendizagem que tem retido neste tempo”.

“Nos últimos anos, a formação de catequistas e a orientação do Patriarcado tem sido a de que a catequese seja, cada vez mais, um encontro com Cristo e não um debitar de matéria e conteúdos dogmáticos. O próprio Papa Francisco tem dito que a catequese tem de ser cada vez menos escolar e mais catecumenal. Por incrível que pareça, esta situação permitiu isto mesmo e temos aprendido esta dimensão”, apontou.

Para o catequista se é verdade que “se perdeu a dimensão comunitária do encontro da catequese” não é menos verdade que “tal representou o ganho de uma outra dimensão: a de sentir a catequese como encontro pessoal com Cristo”, constatou.

Educris|16.04.2020



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