50º Encontro Nacional da Catequese: Manhã do segundo dia marcado por Enzo Biemmi

A manhã do segundo dia ficou marcada pela primeira, de duas conferências de Fr. Enzo Biemmi, director da equipa europeia da Catequese.

Hoje, na Guarda, Enzo Biemmi começou por afirmar que a Igreja deve ser "criativa" na transmissão da sua mensagem, promovendo uma "mudança de paradigma" nesta área específica.

Para Enzo Biemmi "os catequistas devem abandonar uma acção de "enquadramento", e apresentar uma proposta "missionária, iniciática, secular".

Na intervenção subordinada o tema "A catequese e os catequistas face aos desafios da secularização", Biemmi defendeu "uma passagem da linguagem, da organização e da proposta intra-eclesial a uma linguagem laica, a uma desorganização da nossa pastoral auto-referencial com vista a uma reorganização sobre os tempos e os ritmos da vida humana".

"A situação de secularização que atravessa toda a Europa coloca grandes desafios à comunidade eclesial na tarefa de evangelização que lhe foi confiada pelo Senhor Jesus", alertou, falando num "verdadeiro êxodo para a comunidade cristã".

Neste contexto, Enzo Biemmi considerou fundamental "uma proposta da fé que toque as necessidades da vida das pessoas".

"No horizonte de um cristianismo da graça, numa lógica de liberdade, de gratuidade, de maternidade, após a longa estação de catequese de enquadramento, abre-se na Europa a época de um anúncio no registo da surpresa", indicou.

Para o presidente da Equipa Europeia de Catequese, "este anúncio não selecciona género: todo o homem, toda a mulher é digno de Deus, é objecto da sua atenção graciosa".

Para Enzo Biemmi existem "quatro situações" na relação dos europeus com a fé cristã, que passam, diferenciadamente, pela "ruptura", a "continuidade sociológica parcial", a "continuidade individual e ritual" e a "indiferença serena".

O presidente da Equipa Europeia de Catequese sublinhou que estas situações colocam desafios à catequese, "que pressupõe a escolha fundamental e explica os conteúdos e as atitudes" da fé, uma vez que "numa cultura de secularização, de globalização, de comunicação planetária, nem a família, nem a escola, levam a cabo a iniciação sociológica à fé cristã", precisou.

Mudar o objecto da Catequese: De uma catequese de e para as Crianças para uma Catequese de Adultos

Fr. Enzo Biemmi pediu que se passe de "uma catequese reservada às crianças para uma que torne o adulto no sujeito e destinatário principal da catequese, mesmo no caso da catequese das crianças".

À Igreja, declarou Biemmi, compete "reaprender a anunciar o Evangelho sobre as situações de vida das pessoas, sobre as passagens das suas vidas, sobre o que as faz viver, sofrer, ter  esperança".

No final da sua intervenção Enzo Biemmi lembrou que "há que anunciar um evangelho do amor, um evangelho da paternidade e da maternidade, um evangelho da paixão e da compaixão, um evangelho da fragilidade afectiva e física, um evangelho da ressurreição no coração de qualquer experiência de morte", finalizou.

Webmaster|2011-04-15|16:07:50