50º Encontro Nacional da Catequese: o primeiro dia em revista

Encontro reflecte sobre os desafios da transmissão da Fé

Iniciação cristã: mergulhar em Deus!

No primeiro dia do 50º Encontro Nacional da Catequese, que decorre na Guarda de 14 a 16 de Abril, D. José Policarpo reflectiu com os presentes sobre "A catequese no contexto das prioridades pastorais da Igreja em Portugal ".

Para o Patriarca de Lisboa o "novo ardor não pode brotar senão do encontro e do amor pessoal a Jesus Cristo que leva a partilhar com Ele a paixão pela missão".

Fazendo referência explícita à exortação apostólica Verbum Domini, D. José Policarpo frisou a importância do "contacto assíduo com os textos sagrados", lembrando como este mesmo contacto "integra, na sua essência, a inteligência e o coração da Igreja".

Para o Cardeal de Lisboa a "acção litúrgica deve estar impregnada da Palavra de Deus" tendo, os três sacramentos de iniciação cristã", como objectivo "o mergulho em Deus."

No final da sua intervenção o Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os presentes a "relativizar os particularismos e individualismos, pois "quanto mais a Igreja se renova mais é plural".

A história da Catequese na Igreja

Na parte da tarde o padre António Moiteiro Ramos reflectiu sobre "Os catecismos em Portugal - um percurso de propostas educativas".

Na sua intervenção o padre António Moiteiro fez memória da catequese, e do seu percurso, desde a pregação de São Tomás de Aquino na Quaresma de 1273, passando pela Idade Média, pela novidade da organização da catequese paroquial como um dos pilares do Concílio de Trento até ao actual Catecismo da Igreja Católica.

Para o Padre Moiteiro, aquando do protestantismo, na Europa latina não se lutava contra a heresia, "mas contra a ignorância religiosa que afectava mesmo os párocos". De seguida o padre António lembrou que, no decurso do iluminismo, "a catequese tornou-se uma disciplina obrigatória da escola, ao passo que o catecismo do liberalismo colige o livro próprio da escola primária, a doutrina cristã e algumas devoções".

Francisco Marto ou a mudança de paradigma na compreensão de Deus

Para o Padre António Moiteiro Ramos a "experiência de Deus que Francisco de Fátima viveu atesta uma viragem na compreensão de Deus aprendida nos catecismos portugueses".

Esta mudança contribuiu, decisivamente para que em 1988 a iniciação cristã, em Portugal, passe a contar "com um plano nacional de dez catecismos".

No final da sua intervenção o padre Moiteiro indicou que, num novo contexto como o que vivemos, os catecismos "devem utilizar uma teologia narrativa e proporcionar aos catequizandos uma autêntica experiência religiosa".

A Importância do Encontro Nacional de Catequese em Portugal

A última conferência "Encontro Nacional de Catequese - um contributo para o desenvolvimento da Catequese em Portugal", fez memória da importância dos Encontros nacionais no desenvolvimento da catequese em Portugal.

A conferencista, Maria Luísa Boléo recordou o surgimento do Secretariado Nacional de Catequese (SNEC), criado em Abril de 1952, na sequência de um encontro em Coimbra, dois anos antes, com representação de quase todas as dioceses do país.

Para Maria Luísa Boléo, desde esses tempos primordiais até aos nossos dias "a catequese passou por profundas transformações a diversos níveis: metodologia, linguagem, conceito de destinatários e a sua própria finalidade".

"O catecismo nacional, obra em quatro volumes, elaborado por um grupo de pessoas, apareceu em 1953. Os catecismos apoiavam-se profundamente na Palavra de Deus, tinham uma preparação muito cuidadosa para os sacramentos, apresentando o ano litúrgico, e sendo marcados por uma componente moralista que insistia no comportamento".

O Pós Concílio

Analisando o Concílio e, sobretudo o pós-concilio Vaticano II, Maria Luísa Boléo lembrou a mudança clara na concepção da própria maneira de entender a catequese com o aparecimento "de catecismos diferentes que surgiram a partir de 1968". Estes não "tinham coesão nem continuidade e por isso, abriram-se lacunas no percurso catequético". O objecto de tais materiais era apresentar "uma catequese global, cristocêntrica e orientada para o crescimento da fé".

No contexto Português o aparecimento do "Programa Nacional de Catequese", surgido em 1988 e a consequente "publicação de novos catecismos, entre 1991 e 1993", foram acontecimentos importantes na catequese em Portugal. Para Maria Luisa Boléo os novos catecismo mantinham "as três características dos catecismos anteriores" e como grande novidade apresentavam uma estrutura "assente na existência do programa nacional".

Webmaster|2011-04-15|02:57:45



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