Conclusões do X Congresso das Escolas Católicas

Sob o tema "Escola com Visão", mais de 700 representantes e responsáveis de escolas participaram no X Congresso de Escolas Católicas. A lotação do Congresso esgotou semanas antes da sua realização, o que demonstra a força e eficácia da sua organização e o empenhamento militante de muitos educadores católicos - eles que já foram capazes de reunir nas ruas de Madrid mais de um milhão de pais, manifestando-se por direitos fundamentais, contra a tirania e a prepotência de poderes estabelecidos, que por lá pretendiam asfixiar as escolas católicas. Temos muito a aprender com estes pais e educadores da vizinha Espanha! 

        Para que todos possamos ficar bem por dentro, apresentamos, numa tradução livre e breve, com algumas ideias sublinhadas, as nove conclusões deste Congresso do povo nosso vizinho.                                                                                        

    1 - Numa cultura marcada pelo pluralismo axiológico e religioso, cremos numa espiritualidade com uma visão positiva da pessoa e da sociedade, conforme ao estilo do Evangelho, na abertura a todos, que encara a sã pluralidade como riqueza humana. A nossa oferta educativa cristã aposta no diálogo entre a fé e a cultura com uma clara visão transcendente e transformadora da pessoa e da sociedade.

    2 - A "qualidade educativa" resulta de educadores excelentes. Só contando com profissionais muito bem preparados, será possível que cada aluno desenvolva as suas competências e tome as rédeas da sua própria formação, no sentido de aprender a aprender ao longo de toda a vida. Isto requer novas formas de ensinar e de aprender, inovação pedagógica e revisão de processos e metodologias para prevenir os problemas de aprendizagem e o fracasso escolar.

    3 - Parte do futuro da Escola Católica dependerá do impulso das suas equipas directivas. Devemos favorecer o surgimento de líderes para as nossas escolas, apostando numa ampla formação dos mesmos e investindo os recursos necessários nessa tarefa. Para que as escolas continuem a ser significativamente católicas, os seus directores deverão liderar também as vertentes espirituais e pastorais.

    4 - A educação do futuro exige educadores competentes e motivados, profundamente ligados à sociedade do presente, embebidos na tradição e nos carismas dos nossos fundadores e com uma visão capaz de olhar o futuro com optimismo. Devemos trabalhar para que todos os educadores das nossas escolas tenham a autoridade pessoal e o prestigio social que merecem no seu labor educativo quotidiano, ao serviço das gerações presentes e futuras.

    5 - Para que a escola responda aos desafios da sociedade do século XXI, exigem-se mudanças pedagógicas capazes de formar alunos competentes, autónomos e comprometidos com os valores cristãos. Para isso, mais que nos programas curriculares, o foco da atenção deverá incidir nos processos que conformam a mente do aluno e na coesão de toda a comunidade educativa em torno de um mesmo projecto.

    6 - As escolas devem ter em conta o carácter de uma geração mergulhada em meios técnicos e sujeita a permanentes impactos audiovisuais. Convictos de que as novas tecnologias aumentarão a nossa capacidade de ser escolas significativas no mundo actual e futuro, a nossa visão de escola também integra a necessidade de se apoiar e dinamizar a utilização das novas tecnologias da informação e comunicação.

    7 - Educar não é só um trabalho académico, mas implica ajudar a desenvolver a inteligência emocional e a comunicação, a tomar decisões, a comprometer-se, a ser responsável, a melhorar este mundo e a viver felizes e com sentido para a vida. Certos de que escola e família juntas criarão maiores sinergias para educar, com base em projectos partilhados, apostamos numa estreita colaboração entre estas duas instituições.

    8 - A Escola Católica continuará a denunciar o incumprimento, por parte das administrações públicas, de direitos fundamentais presentes em cartas de direitos humanos e na Constituição. Tal incumprimento traduz-se em discriminações reiteradas das escolas não estatais subvencionadas que, por sua vez, se manifestam em discriminação das famílias que querem optar por estas escolas.

    9 - Somos a favor do estabelecimento de um Pacto de Estado Político e Social pela Educação, que supere velhas e inúteis confrontações e possa garantir à educação a estabilidade de que necessita. Um pacto no qual se reconheçam de forma concreta e prática, os direitos constitucionais e as liberdades educativas. Um pacto que supere o actual impasse da Educação e ajude a diminuir o fracasso escolar.

    (Toledo, 28 de Novembro de 2009) 

Os vídeos das sessões deste Congresso encontram-se em: www.escuelascatolicas.es/congreso2009

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